Segundo analistas, a China pretende incentivar o uso de moedas locais nas trocas comerciais entre os países do Brics. No entanto, a criação de uma moeda comum para o comércio entre os emergentes ainda é considerada um objetivo distante, a médio ou longo prazo, na opinião de especialistas.
Um relatório recente de um banco holandês mostrou que o projeto de uma moeda do Brics lastreada no yuan, a moeda chinesa, e em títulos Panda é tecnicamente impossível devido ao baixo volume de emissões atualmente. Além disso, a Índia não teria interesse em abandonar o dólar em prol do fortalecimento da moeda chinesa.
Diante dessas dificuldades, os especialistas acreditam que o Brics buscará aprofundar as trocas em moedas locais, em vez de criar uma moeda comum. Isso significa que cada país do grupo continuará utilizando sua própria moeda nas transações comerciais entre eles.
Além disso, outras questões também pesam contra a criação de uma moeda comum. A China, principal economia dos Brics, está enfrentando uma desaceleração de seu crescimento. Já a Rússia se encontra em um isolamento econômico devido à sua invasão da Ucrânia, o que dificulta a busca por perspectivas financeiras mais ambiciosas para o grupo.
A imprensa francesa destaca que, atualmente, o Brics não possui uma perspectiva financeira mais otimista devido a esses fatores, mas ressalta que o objetivo de reduzir a dependência do dólar e do euro é uma pauta importante que continua sendo discutida e trabalhada pelo grupo.
Em resumo, o Brics tem o interesse em diminuir sua dependência das moedas internacionais, mas a criação de uma moeda comum ainda é um objetivo distante. O grupo busca aprofundar as trocas em moedas locais e enfrenta desafios como a desaceleração econômica da China e o isolamento da Rússia. No entanto, a redução da dependência do dólar e do euro continua sendo uma pauta relevante para o Brics.
