Apenas 20% dos pais utilizam ferramentas para monitorar a atividade online de seus filhos, revela pesquisa.

Apenas dois em cada dez pais utilizam mecanismos de controle parental disponíveis para monitorar a navegação dos filhos na internet, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Google e encomendada à Nielsen. O estudo, divulgado nesta quinta-feira (17), revela hábitos de crianças e adolescentes na internet e o uso de ferramentas de controle parental online.

Segundo a pesquisa, apenas 17% dos pais utilizam ferramentas online de controle, como o Family Link, por exemplo. 49% monitoram ao vivo a utilização dos filhos, enquanto 43% checam o histórico de navegação. O bloqueio de conteúdos e de sites é a escolha de 57% e 56% dos pais, respectivamente.

Bruno Diniz, engenheiro responsável pela área de Crianças e Famílias no Google Brasil, afirma que a empresa busca proteger, respeitar e empoderar as crianças para que aproveitem o melhor da internet, mas reconhece que o número de pais que conhecem a ferramenta oferecida por eles é baixo.

“Nossa aposta é dar flexibilidade para as famílias configurarem como elas gostariam que a vida digital dos filhos aconteça”, diz Diniz. Ele ressalta a importância de empoderar as crianças para que façam as melhores escolhas e tenham acesso apenas ao que há de melhor nas plataformas.

Entre os pais pesquisados, verifica-se que o cuidado é maior entre aqueles que vivem no Norte e Nordeste, sendo que 63% respondem que supervisionam de perto a ação dos filhos. No Sudeste, a porcentagem é de 59%, enquanto no Centro-Oeste é de 54% e no Sul é de 58%.

O estudo revela também que 78% dos filhos possuem celular próprio, sendo mais comum entre as classes A e B e na região Sudeste. Quanto ao tempo de exposição às telas, 34% dos pais afirmaram que seus filhos ficam entre 1 e 2 horas por dia, enquanto 24% disseram que utilizam 3 horas ou mais. A faixa etária de 5 a 8 anos é mais voltada para jogos, vídeos e séries, sem uso de redes sociais ou aplicativos de mensagem. Já entre os 9 e 12 anos, as crianças ampliam sua navegação para realizar pesquisas escolares.

A pesquisa revela que a supervisão dos pais diminui após os 13 anos, sendo que mais de 70% dos adolescentes nessa faixa etária já utilizam redes sociais e trocam mensagens online. O acesso à internet é maior em casa (98%) e aumenta fora da residência conforme a idade das crianças.

Nathália Guimarães, especialista da área de Measurement da Nielsen, destaca que a escolha pela supervisão manual dos filhos é intrigante, mas está alinhada às funcionalidades oferecidas pelos aplicativos de controle parental. Ela ressalta a relevância de estudos como esse para aumentar a consciência sobre os comportamentos de consumo no meio digital e promover uma abordagem mais informada.

O Google planeja utilizar influenciadores digitais para alcançar mais jovens, pois a pesquisa também mostra que 33% dos pais preferiam que pessoas influentes entre seus filhos os ensinassem mais sobre segurança na internet.

Dentre as ferramentas de controle parental mencionadas na pesquisa, estão o Family Link, que permite aos pais configurarem contas supervisionadas para seus filhos; o selo ‘Aprovado por professores’, que avalia aplicativos adequados à idade e que estimulam o aprendizado; o Google Kids Space, com aplicativos, livros e vídeos para crianças até 9 anos; o SafeSearch, que ajuda a detectar conteúdos inapropriados; o YouTube Kids, um aplicativo separado com ferramentas para os pais guiarem a navegação das crianças; a Experiência Supervisionada do YouTube, que permite a configuração de conteúdo para pré-adolescentes e adolescentes; e o programa Seja Incrível na Internet, que ensina conceitos básicos de segurança e cidadania digital.

A pesquisa foi realizada entre os dias 26 de junho e 7 de julho, com a participação de 1.820 pessoas entre 18 e 65 anos, de diferentes classes sociais e com filhos entre 5 e 17 anos. O gênero feminino representou 45% das crianças e jovens, enquanto o masculino correspondeu a 57%. Entre os pais, 53% eram mães e 47% eram pais.

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