Delgatti, que ficou conhecido como o responsável pelo ocorrido na chamada Vaza Jato, foi interrogado pelos membros da CPI sobre sua motivação para acessar e divulgar tais informações. Em um depoimento contundente, ele afirmou que sua ação tinha como objetivo revelar a falta de imparcialidade da Operação Lava Jato e expor as supostas irregularidades cometidas por Moro e outros membros do Ministério Público.
O hacker ainda acrescentou que seu acesso às conversas era “simples”, pois o sistema de segurança utilizado pelos procuradores e pelo ex-juiz era falho. Segundo Delgatti, suas ações foram movidas por uma questão de “justiça” e pelo desejo de mostrar ao público a verdade por trás das investigações da Lava Jato.
No entanto, Sergio Moro não deixou as acusações passarem em branco. Durante sua vez no depoimento, ele rebateu as palavras de Delgatti, chamando-o de “bandido” e ressaltando que sua prisão, em julho de 2019, foi justificada pelo seu envolvimento em crimes cibernéticos.
O embate entre Delgatti e Moro na CPI dos atos golpistas coloca em evidência as tensões que envolvem a Operação Lava Jato e os questionamentos sobre a imparcialidade da investigação. Enquanto Moro é considerado por muitos um herói no combate à corrupção, há também aqueles que o acusam de agir de forma parcial e de ter prejudicado a defesa dos réus.
A CPI, que tem como objetivo investigar os supostos atos golpistas cometidos por autoridades públicas, promete trazer à tona novas revelações sobre a Operação Lava Jato e alimentar ainda mais o debate em torno de suas consequências políticas e jurídicas.
É importante ressaltar que as acusações de Delgatti contra Moro ainda não foram comprovadas e é necessário aguardar os desdobramentos das investigações para se chegar a conclusões mais precisas. Enquanto isso, o debate sobre a atuação do ex-juiz e a validade das provas obtidas através do vazamento das conversas continua a dividir opiniões e a agitar os bastidores políticos do país.
