Em plebiscito, Equador se posiciona contrário à exploração de petróleo na região da Amazônia. Decisão traz impactos ambientais significativos.

No último domingo (20), o Equador realizou um plebiscito histórico para decidir sobre a exploração de petróleo em uma parte da Amazônia equatoriana. Com 70% das urnas apuradas, 59% dos eleitores responderam “sim” à consulta popular, que questionava se concordavam com a manutenção do petróleo do bloco 43 do Parque Nacional Yasuni indefinidamente sob o subsolo.

O resultado implica que o governo equatoriano terá que retirar todas as atividades relacionadas à extração de petróleo que existem atualmente no local em até um ano, além de proibir a realização de novos contratos. Essa área, declarada uma “reserva da biosfera” pela Unesco em 1989, tem sido explorada pela estatal Petroecuador desde 2016, com permissão do então presidente Rafael Correa.

A polêmica em torno do plebiscito atraiu a atenção internacional, contando com o apoio de celebridades como o ator Leonardo DiCaprio e a ativista ambiental Greta Thunberg. Enquanto os defensores do “não” argumentavam que a paralisação causaria perda de receitas para o país, em meio a uma grave crise de segurança, os que defendiam o “sim” destacavam o alto impacto da atividade para a natureza e os povos indígenas da região.

O Parque Nacional Yasuni abrange mais de 1 milhão de hectares e é lar de uma grande diversidade de espécies de flora e fauna, além de abrigar várias populações indígenas. A área é considerada uma das mais ricas em biodiversidade do mundo e inclui pelo menos duas das últimas tribos “isoladas”.

De acordo com estimativas do governo, o bloco 43 fornece 12% da produção diária de petróleo do país, o que representa uma perda de US$ 1,2 bilhão por ano em receitas. No entanto, os equatorianos optaram por priorizar a preservação ambiental e a proteção das comunidades indígenas, considerando esse um preço pequeno a pagar.

Vale destacar que muitos eleitores criticaram a formulação confusa da pergunta presente nas cédulas de papel. Alguns afirmaram que o mais lógico seria responder “não” à exploração de petróleo, mas a manipulação na formulação da pergunta acabou confundindo alguns votantes.

A decisão do Equador em retirar a exploração de petróleo do Parque Nacional Yasuni é vista como um exemplo que pode inspirar outros países a seguirem o mesmo caminho. O resultado do plebiscito demonstra a importância da conscientização ambiental e da proteção dos recursos naturais para o futuro do planeta.

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