O inverno está mais quente e isso agrava a tosse seca prolongada, conforme alerta pneumologista paulista.

Especialista aponta que aumento da temperatura neste período do ano acentua a baixa umidade do ar e pode agravar problemas de saúde

No inverno, as chuvas começam a diminuir, o ar fica mais seco e a tosse seca prolongada, esse incômodo constante, chega sem ser convidada, mesmo com o calor prevalecente em várias cidades brasileiras. A pneumologista Maria Vera Cruz, do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), explica que as temperaturas acima da média, embora mais agradáveis, intensificam a baixa umidade do ar e, consequentemente, a tosse.

A tosse seca é um mecanismo de defesa do sistema respiratório, em que os cílios pulmonares eliminam as partículas presentes nas vias aéreas. Quando a tosse não melhora após algumas semanas, pode ser considerada persistente.

Segundo a médica, existem alguns motivos para a manifestação da tosse seca. “Quando a umidade do ambiente é alterada, o que costuma acontecer no inverno, a quantidade de poluentes no ar aumenta, irritando as vias aéreas. Nesse período, também há um aumento das transmissões virais, já que no frio as pessoas costumam se reunir com mais frequência em locais fechados”, explica.

Embora haja várias especulações sobre as causas da tosse seca persistente, apenas um profissional médico pode chegar a um diagnóstico e indicar o tratamento adequado. Ela pode ser manifestada por diversas razões, sendo as mais comuns:

  • Alergias;
  • Asma;
  • Sinusites;
  • Enfisema pulmonar/tabagismo;
  • Infecções respiratórias pulmonares, como pneumonias e bronquiectasias;
  • Refluxo gastroesofágico;
  • Resposta do organismo às condições ambientais;
  • Traqueobronquite de causa viral ou bacteriana.

“A investigação clínica inclui o histórico do paciente e exame físico. Com isso, já é possível o direcionamento dos exames complementares conforme a hipótese do diagnóstico”, afirma a Dra. Maria Vera. Por exemplo, se há suspeita de pneumonia, são solicitados exames como hemograma, PCR, raio-X/tomografia de tórax; no caso de suspeita de refluxo, pode ser solicitada uma endoscopia digestiva alta.

O tratamento e os medicamentos são prescritos de acordo com cada doença. Não existe uma receita pronta, pois as causas são muito variadas, mas algumas orientações podem trazer benefícios:

  • Pessoas em tratamento de problemas respiratórios devem seguir as orientações e prescrições médicas corretamente;
  • Manter os ambientes limpos para reduzir a presença de poeira e ácaros;
  • Manter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas mesmo no frio;
  • Ventilar a casa e os ambientes fechados diariamente;
  • Não descuidar da ingestão de água;
  • Deixar água em recipientes nos ambientes em caso de baixa umidade do ar.

A Dra. Maria Vera explica que o uso de umidificadores e a lavagem do nariz podem beneficiar alguns grupos, como pessoas com sinusite e rinite, mas não são soluções que necessariamente funcionam para todos.

As faixas etárias consideradas extremas requerem atenção adicional, pois são mais suscetíveis a outros problemas causados pela baixa umidade do ar. Nas crianças, é comum ocorrer sangramento nasal, falta de ar, tontura, olhos e lábios desidratados, enquanto nos idosos a desidratação e a hipotensão são questões que podem surgir.

“Caso a tosse seca persistente ou qualquer outro sintoma esteja afetando o bem-estar do paciente, é importante procurar ajuda médica. Em caso de piora dos sintomas, como a presença de febre, muco e dores musculares, a busca por um profissional deve ser feita o mais rápido possível”, afirma.

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