A autora Rebecca Solnit acredita que ainda há tempo para salvar o clima, nesta década crucial.

A escritora e historiadora americana Rebecca Solnit, conhecida por livros como “Os Homens Explicam Tudo para Mim” e “A Mãe de Todas as Perguntas”, é também uma ativista climática. Em abril, em parceria com a ativista Thelma Young Lutunatabua, lançou “Not Too Late: Changing the Climate Story from Despair to Possibility” (não é tarde demais: mudando a história do clima do desespero para a possibilidade; sem edição no Brasil). A obra reúne artigos de vozes de diversas partes do mundo, como forma de trazer diferentes dimensões da crise climática e, especialmente, de dar esperança.

Segundo Solnit, é possível que um mundo mais “belo”, “abundante” e “alegre” possa surgir se tomarmos atitudes na década atual. Ela afirma que o que fizermos nos próximos anos determinará o tipo de planeta em que viveremos e como será a vida na Terra nos próximos milhares de anos. No entanto, ela reconhece que a sensação de que é tarde demais é o que impede muitas pessoas de participarem das soluções.

Para combater a inação, a escritora sugere resgatar a imaginação e a memória histórica. Ela destaca que muitas mudanças positivas foram provocadas por movimentos de base que começaram com poucas pessoas e eram consideradas insignificantes. Além disso, ela defende que a esquerda precisa mudar sua postura e parar de ver o mundo em termos de escassez e conflitos.

Solnit acredita que ainda há tempo para mudar o clima e que estamos vivendo a “década decisiva”. Ela destaca a importância de agir agora para garantir um planeta habitável para as futuras gerações. A escritora também ressalta a necessidade de abandonar a mentalidade de escassez e abraçar a ideia de abundância, não apenas de bens materiais, mas também de amizades, tempo, experiências, beleza, confiança, esperança e amor.

A obra “Not Too Late” foi concebida durante a pandemia, quando Solnit começou a contar contos de fadas online e se aproximou de Thelma Young Lutunatabua. O livro reúne uma equipe diversa, formada por pessoas de diferentes idades e partes do mundo, que trazem perspectivas únicas sobre a crise climática. Infelizmente, não há representantes da América do Sul no projeto.

Para Solnit, é fundamental fortalecer a democracia para enfrentar a crise climática. Ela afirma que a crise climática existe em parte por causa de uma crise democrática e que é a sociedade civil que geralmente age de forma eficaz em momentos de desastre. A escritora também destaca a importância de abandonar premissas falsas e ideias equivocadas para enfrentar as emergências climáticas de forma eficaz.

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