A tecnologia é essencial para impulsionar a inovação nos sistemas alimentares na Amazônia.

A bioeconomia desponta como uma solução para impulsionar o desenvolvimento econômico da Amazônia, substituindo práticas ilegais por sistemas alimentares sustentáveis e de alto valor agregado na região. Essa visão foi compartilhada por autoridades presentes na plenária “Diálogos sobre Bioeconomia Amazônica: Transformação Rural Inclusiva”, realizada no âmbito da iniciativa Diálogos Amazônicos, em Belém (PA).

A vice-diretora da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Maria Helena Semedo, destacou a importância de uma transformação rural que inclua os povos indígenas e as comunidades tradicionais da região. Ela ressaltou que essas populações devem participar do processo de decisão e não ser apenas consultadas.

Para promover essa mudança, Maria Helena enfatizou a necessidade de desenvolvimento de modelos sustentáveis e fortalecimento das cadeias produtivas, que devem contar com pesquisa, inovação tecnológica e ciência. Além disso, ela ressaltou a importância dos saberes tradicionais e ancestrais no processo de desenvolvimento.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, salientou a meta do governo de proteger 80% da Floresta Amazônica e sua biodiversidade, além de reduzir o desmatamento a zero e avançar na demarcação de terras indígenas e quilombolas.

Já o governador do Pará, Helder Barbalho, destacou a construção do plano estadual de bioeconomia, que identificou 43 produtos com potencial para o comércio sustentável. A projeção é que as exportações da região atinjam US$ 120 bilhões por ano. Barbalho defendeu ainda a transição para o uso sustentável do solo, acompanhada de fiscalização ambiental e redução do desmatamento.

As discussões técnicas realizadas durante o evento têm como objetivo promover um entendimento comum entre os países da Amazônia sobre a adoção de um modelo de bioeconomia por meio da transformação dos sistemas agroalimentares. Os debates estão alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) de acabar com a pobreza, garantir fome zero e reduzir as desigualdades.

A Cúpula da Amazônia, que reúne os países da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), acontece nos dias 8 e 9 de agosto e visa consolidar propostas da sociedade civil. A OTCA, formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, é o único bloco socioambiental da América Latina. Além disso, o governo brasileiro convidou a Guiana Francesa, que possui territórios amazônicos, e outros países com grandes florestas tropicais ainda intactas.

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