O supermercado alemão Penny lançou recentemente uma campanha intitulada “Wahre Kosten” (Custos Verdadeiros, em tradução livre), na qual a empresa busca conscientizar os consumidores sobre os verdadeiros custos dos produtos alimentícios. A iniciativa tem como objetivo incentivar os clientes a considerarem não apenas o preço de um item, mas também seu impacto ambiental e climático.
No entanto, a ação tem sido criticada por alguns especialistas e organizações. A Foodwatch, organização de proteção do consumidor, afirma que a campanha é apenas uma estratégia de relações públicas, enquanto a Federação dos Agricultores Alemães a chama de “projeto de lavagem verde”. Segundo eles, a Penny não está realmente comprometida com preços justos e estaria apenas buscando melhorar sua imagem.
O porta-voz da Penny, Andreas Krämer, defende a campanha, destacando a importância de uma abordagem sustentável para atrair os consumidores do futuro. Ele também reconhece que alguns produtos tiveram seus preços reduzidos devido a excessos de produção, mas nega que a empresa esteja pressionando seus parceiros de negócios nesse sentido.
Organizações ambientalistas como Greenpeace e BUND apoiam a campanha, mas ressaltam que ela deve ser seguida por medidas concretas. Eles sugerem a isenção de impostos para alimentos vegetais como forma de incentivar mudanças nos hábitos de consumo e defendem uma reforma do Imposto de Valor Agregado (IVA) para amortecer os aumentos de preços, especialmente para pessoas de baixa renda.
Uma pesquisa de opinião realizada pela YouGov mostrou que poucos clientes da Penny estão dispostos a pagar mais pelos produtos incluídos na campanha. O economista ambiental Tobias Gaugler, da Universidade de Nurembergue, afirma que as reações dos consumidores fazem parte do experimento e ressalta a necessidade de encontrar outras formas de corrigir as distorções de preços no comércio.
Apesar das críticas e do pouco entusiasmo dos consumidores, a campanha da Penny levanta questões importantes sobre o verdadeiro custo dos produtos alimentícios e o impacto ambiental de suas produções. Resta acompanhar se outras empresas e o governo alemão irão adotar medidas concretas para promover uma mudança sustentável no mercado.
