Zelenski critica Lula novamente, afirmando que o petista compartilha ‘narrativas’ de Putin.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, novamente criticou seu homólogo brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que o petista concorda com as “narrativas” de Vladimir Putin e deveria ter uma “compreensão mais ampla do mundo”. Em recente entrevista a veículos de imprensa latino-americanos, Zelenski foi indagado sobre as declarações de Lula e do seu assessor internacional, Celso Amorim, acerca da necessidade de negociar uma solução diplomática para a Guerra da Ucrânia.

No dia 2 de setembro, Lula afirmou a jornalistas estrangeiros que nem Zelenski, nem Putin têm manifestado interesse em negociar para pôr fim à guerra. No mesmo evento, Amorim reiterou que as preocupações de Moscou com segurança devem ser levadas em consideração. “Você não pode simplesmente ignorar as preocupações de segurança da Rússia, elas são reais”, declarou o ex-chanceler na ocasião.

Em resposta a um jornalista da CNN Brasil, Zelenski afirmou: “É estranho falar sobre a segurança da Federação Russa. Somente a Rússia, Putin e Lula falam sobre a segurança russa, sobre as garantias que devem ser dadas para a segurança do país”.

Zelenski também criticou Lula por concordar com as “narrativas” do presidente russo em relação à guerra. O líder ucraniano ressaltou que o Brasil não está em guerra com ninguém e é um país pacífico e respeitado. Ele questionou por que Lula precisa concordar com as narrativas de Putin, que, segundo ele, constantemente mente, manipula e desinforma as pessoas, além de cometer atrocidades.

O presidente ucraniano expressou novamente o desejo de se reunir com Lula. Ele admitiu que a contraofensiva ucraniana está ocorrendo mais lentamente do que alguns gostariam ou imaginam.

Em maio, em entrevista à Folha, Zelenski ironizou as iniciativas de Lula para promover negociações de paz na Ucrânia e a resistência do Brasil em apoiar a criação de um tribunal especial para julgar crimes de agressão na Guerra da Ucrânia.

Lula e Amorim defendem negociações de paz entre Rússia e Ucrânia, intermediadas por países neutros. Porém, algumas declarações do presidente brasileiro foram interpretadas por Kiev e pelos EUA como alinhamento à Rússia.

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