A pressão para doação dos milhões do Pix evidencia a hipocrisia do ‘mito’.

Ao longo de seu mandato, Jair Bolsonaro tem demonstrado uma moralidade flexível, transitando tranquilamente entre escândalos como a prática da rachadinha e a defendida pixcareragem, sem demonstrar qualquer constrangimento. Portanto, não é de se esperar que ele se sensibilize diante dos apelos à solidariedade. No entanto, a Comissão Justiça e Paz de São Paulo tomou uma atitude louvável ao lançar uma campanha nas redes sociais – ambiente virtual que se tornou o habitat antinatural do bolsonarismo – solicitando que o presidente faça uma doação de R$ 17 milhões, valor arrecadado por meio do Pix, aos 130 mil órfãos deixados pela Covid-19.

Essa iniciativa da Comissão Justiça e Paz de São Paulo é um importante gesto de solidariedade e responsabilidade social. Enquanto Bolsonaro parece estar mais preocupado em beneficiar a si próprio e seus aliados, a sociedade civil se mobiliza para ajudar aqueles que mais necessitam. O fato de a campanha ter sido lançada nas redes sociais, um ambiente hostil para críticos do governo, demonstra a determinação da Comissão em fazer com que sua mensagem chegue até o presidente.

Os órfãos da Covid-19 são vítimas da pandemia que assolou o país e deixou um rastro de dor e sofrimento. Muitas famílias perderam seus entes queridos e, além do luto, agora precisam enfrentar dificuldades financeiras. Nesse contexto, é fundamental que os governantes tenham empatia e assumam sua responsabilidade de garantir o bem-estar da população.

Espera-se que o presidente Jair Bolsonaro, diante dessa campanha, reflita sobre seu papel como líder do país e faça a escolha certa. Destinar os recursos arrecadados via Pix aos órfãos da Covid-19 seria um gesto nobre e digno de um verdadeiro estadista. Resta aguardar se Bolsonaro se sensibilizará ou se sua moral fluida prevalecerá mais uma vez. A sociedade está atenta às suas ações, aguardando um gesto de solidariedade e responsabilidade por parte do presidente.

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