As imagens estão sendo enviadas ao Ministério Público e serão anexadas aos inquéritos. Dos nove casos sem câmera, apenas dois estão em apuração, porque estão ligados ao 1º Batalhão de Choque, a Rota, e ao 15º Batalhão de Choque, a chamada Rota de São Paulo. Essas unidades possuíam o equipamento instalado nas fardas.
A hipótese, por enquanto, é de excesso do tempo de uso. Há também um caso de um coordenador da Rota que não tinha câmera, mas a legislação não exige que ele utilize devido ao cargo de coordenação. Dois outros casos de mortes ocorreram em confrontos com o 3º Batalhão de Choque, que, conforme justificativa da Secretaria da Segurança Pública paulista, não possui câmeras porque atua em operações especiais e é utilizado como tropa de reforço.
E há ainda quatro casos de mortes em confronto com batalhões do interior de São Paulo que não possuem câmeras – duas com tropas de Presidente Prudente e duas com tropas de Santos. Das 10 mortes ocorridas, portanto, em confronto com a Rota ou com a Rota de São Paulo, sete possuem imagens e três não têm.
A Polícia de São Paulo é pioneira no uso do equipamento, cuja instalação chegou a provocar polêmica entre os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL). O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) era contrário à instalação, mas recuou ainda durante a campanha eleitoral do ano passado e tem resistido às pressões para voltar atrás.
Na Bahia, confrontos com policiais já levaram à morte de 30 pessoas e não há registro de câmeras, porque o equipamento não é utilizado. A Bahia é governada por Jerônimo Rodrigues (PT).
Vídeo: Operação para prender “sniper do tráfico” soma 181 presos e 16 mortos no litoral paulista. (Assista o vídeo no link disponível no texto).