Funcionária do TJ de São Paulo é detida, acusada de desviar R$ 2,5 mi das contas judiciais.

Uma servidora do Tribunal de Justiça de São Paulo foi presa pela Polícia Civil sob a suspeita de integrar um suposto esquema de desvio de recursos de contas judiciais, que podem superar cerca de R$ 2,5 milhões.

Segundo o TJ, a prisão ocorreu no âmbito de um inquérito que investiga os crimes de peculato e associação criminosa envolvendo a servidora do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo).

A servidora investigada, identificada como Eliana Vita de Oliveira, 53, está detida preventivamente. A defesa afirma que a inocência da funcionária será comprovada durante o processo.

Além de Eliana, pelo menos outras cinco pessoas, incluindo o marido e uma prima da servidora, estão sendo investigadas por supostamente participarem desse esquema. Segundo magistrados e promotores ouvidos pela Folha, a funcionária teria se aproveitado dos mais de 30 anos de experiência no Judiciário para agir.

O suposto esquema envolveria valores e bens relacionados a inquéritos arquivados, como dinheiro destinado ao pagamento de fianças e veículos apreendidos. A servidora teria confeccionado ofícios e guias de levantamento, colocando-os entre outros documentos a serem despachados. Desse modo, os magistrados teriam assinado os papéis, liberando saques aos envolvidos no esquema sem suspeitar de nada.

O Tribunal de Justiça confirmou que os valores desviados estavam vinculados a processos arquivados, mas não mencionou bens específicos. Segundo a Folha, a investigação contra a servidora ainda está em andamento e o período de tempo em que o esquema funcionou não foi divulgado.

No site do TJ, consta que Eliana, como chefe de seção no Dipo, recebeu um salário bruto de R$ 17.465 em janeiro.

A polícia cumpriu mandados de busca e apreensão em oito endereços durante a operação. Em um dos locais, foram encontrados telefones celulares, tablets e um caderno com anotações financeiras supostamente relacionadas ao esquema.

A principal suspeita não foi encontrada no dia da operação, mas dois dias depois ela se entregou à polícia. A prisão temporária de Eliana foi convertida em preventiva.

Além do inquérito policial, há também um procedimento administrativo disciplinar em andamento para apurar a responsabilidade da servidora, que pode enfrentar sanções.

A defesa de Eliana afirmou que ainda não teve acesso aos autos do processo, mas irá provar a inocência da funcionária. O advogado também pretende reverter a prisão preventiva por considerá-la desnecessária.

O marido de Eliana, que foi detido durante a operação, já está em liberdade e responderá ao processo dessa forma. O advogado argumenta que os itens encontrados no veículo se tratavam apenas de uma roupa e os passaportes, que seriam entregues à polícia.

A Secretaria da Segurança Pública informou que o caso foi investigado sob segredo de Justiça e relatado ao Poder Judiciário. O órgão afirmou que demais detalhes devem ser checados com a Justiça.

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