Greve atinge 116 escolas técnicas em SP: professores e servidores paralisados em busca de melhores condições.

Professores e servidores de 116 Etecs (escolas técnicas) e Fatecs (faculdades de tecnologia) de São Paulo entraram em greve nesta terça-feira (8) por reajuste salarial e contra uma proposta do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) de criar uma rede paralela de ensino técnico no estado.

A greve deflagrada pelo sindicato da categoria, Sinteps, reivindica reajuste salarial devido a perdas acumuladas ao longo dos anos. Os servidores consideram “aviltante” a proposta do governador enviada à Alesp (Assembleia Legislativa), que prevê um reajuste de apenas 6% para a categoria. Eles argumentam que a Alesp aprovou um reajuste de 50% nos salários do governador, de seus secretários e do pessoal da segurança pública, enquanto os trabalhadores das Etecs e Fatecs estão sendo negligenciados.

Além disso, os servidores exigem o pagamento imediato do bônus resultado, um benefício ao qual têm direito e que não foi pago no ano passado. Segundo o Sinteps, o governo manipula as datas de pagamento do bônus a seu bel-prazer, desrespeitando os direitos da categoria.

Os servidores afirmam que a greve também é uma forma de defender o Centro Paula Souza, órgão responsável pelas Etecs e Fatecs de São Paulo. Segundo eles, a proposta do governo de criar um modelo paralelo de ensino técnico dentro das escolas estaduais regulares coloca em risco a estrutura do Centro Paula Souza. O secretário de Educação, Renato Feder, propôs a ampliação do número de matrículas nessa modalidade sem prever investimentos adicionais.

A proposta do governo é criticada por especialistas e pelo Conselho Estadual de Educação, que defendem a priorização da ampliação de matrículas na rede do Centro Paula Souza, uma vez que a instituição possui experiência e reconhecimento nacional pela qualidade do ensino. Em nota, o Centro Paula Souza declarou que está trabalhando para valorizar os servidores, afirmando que a Bonificação por Resultados referente a 2022 já foi publicada e será paga até outubro.

A autarquia também informou que a gestão Tarcísio concedeu um reajuste acima da inflação para os servidores públicos e que há planos para continuar ampliando a rede do CPS. No entanto, não foram divulgados os valores de investimento nem a quantidade de novas matrículas planejadas. A autarquia garantiu que tomará todas as medidas necessárias para evitar prejuízos aos estudantes durante a greve.

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