Ministro de Lula refuta consenso científico sobre redução no uso de petróleo para combater crise climática.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, contradisse o consenso científico sobre a necessidade de interromper novos investimentos em combustíveis fósseis para cumprir o Acordo de Paris. Segundo o painel climático da ONU (IPCC), para limitar o aquecimento global a no máximo 1,5°C, é crucial evitar novos projetos de petróleo, carvão e gás. No entanto, Silveira negou o posicionamento do IPCC, a principal referência global em ciência climática.

“Temos estudos que contradizem claramente essa posição do IPCC”, afirmou Silveira. Questionado sobre qual estudo seria esse, ele mencionou a Agência Internacional de Energia, apesar de a entidade ter chegado à mesma conclusão que o IPCC.

Essa declaração ocorreu durante uma coletiva de imprensa na Cúpula da Amazônia, em Belém, onde líderes de países do bioma se encontraram.

Anteriormente, na abertura do evento, o presidente colombiano, Gustavo Petro, disse que a recusa em abandonar os combustíveis fósseis é um “negacionismo de esquerda”. Quando questionado sobre essa declaração, o ministro brasileiro optou por não comentar.

“A posição de um chefe de Estado deve ser respeitada e, de forma democrática, deve ser debatida. Teremos o resultado efetivo a partir do documento final do encontro, e não através de polarizações com base em uma declaração isolada”, afirmou Silveira.

O ministro defende a expansão da exploração de petróleo no Brasil, inclusive na bacia da Foz do Amazonas, onde a Petrobras pretende perfurar o leito do mar para avaliar o tamanho das reservas de óleo na região.

A licença para a perfuração foi negada pelo Ibama devido aos riscos das atividades da petrolífera em uma área de vulnerabilidade socioambiental. A estatal recorreu da decisão, que está atualmente sob nova análise do órgão fiscalizador.

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