De acordo com Von Helde, a intenção do presidente da BN, professor Marco Lucchesi, é que a obra seja publicada posteriormente em papel. A ideia é que o glossário possa ser impresso futuramente e enviado para instituições públicas e privadas que fazem parte do Catálogo do Patrimônio Bibliográfico Nacional (CPBN), principalmente nas regiões Norte e Nordeste do país, que não têm acesso a grandes tecnologias. No entanto, ainda não há previsão para a impressão do glossário devido a questões orçamentárias. O CPBN reúne dados de obras raras dos séculos 15 a 19.
Essa é a primeira vez que a equipe do Planor elabora um projeto desse tipo, que inclui descrições e imagens dos acervos da própria Biblioteca Nacional. O glossário também conta com um formulário online para receber opiniões e contribuições do público. Segundo Rosângela Von Helde, a intenção é publicar uma edição revisada e ampliada no futuro, pois, devido à sua materialidade e ao conhecimento humano, não é possível considerá-lo completo desde já. O Planor já possui outros verbetes que não foram inseridos nessa primeira edição digital. Vale ressaltar que todas as obras mencionadas no glossário são de domínio público.
Com mais de 100 verbetes, o glossário inclui também imagens variadas que apresentam curiosidades sobre a terminologia aplicada a livros raros e acervos de memória. Em formato interativo, traz hiperlinks que direcionam para imagens e fontes bibliográficas do acervo da BN Digital. O projeto foi desenvolvido para suprir a necessidade identificada pelos técnicos da instituição de criar uma ferramenta técnica e especializada que padronizasse informações e contribuísse para a catalogação, elaboração de notas bibliográficas e descrição de livros raros e acervos de memória.
O Planor foi criado em 1983 com o objetivo de identificar e recuperar obras raras existentes na Fundação Biblioteca Nacional e em outras instituições e acervos bibliográficos do país. Além do glossário, o Planor já desenvolveu e publicou outras obras, como o Guia do Patrimônio de Acervos Raros e Antigos, que está na segunda edição. A chefe do Planor destaca que o guia está disponível tanto em formato impresso, lançado em 2012, quanto em formato digital, desde 2021, no site da BN.
O Planor também produz um boletim informativo semestral e realiza a cada dois anos o Encontro Nacional de Acervo Raro (Enar), que possibilita a troca de informações e experiências com outras instituições. Além disso, são promovidas visitas técnicas e cursos de capacitação profissional, entre outras atividades. “Estamos sempre em contato com as instituições que possuem acervos de memória no Brasil, buscando outros projetos que possam contribuir para a identificação e preservação do patrimônio mais valioso do país”, enfatizou a chefe do Planor.
Inaugurada em 1810 por Dom João VI, a Biblioteca Nacional é a mais antiga instituição cultural brasileira e também a maior biblioteca da América Latina.
