Homem suspeito de liderar esquema de receptação de celulares é detido em São Paulo com impressionantes 312 aparelhos.

A Polícia Civil prendeu ontem à noite, no centro de São Paulo, um africano suspeito de liderar uma organização de receptação de celulares roubados ou furtados na capital paulista. De acordo com o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), o guineense foi detido com 312 aparelhos, sendo que 64 deles estão relacionados a queixas de crimes. O suspeito foi preso por policiais da 1ª Delegacia Patrimônio, responsável pelas investigações de roubo e latrocínio. A polícia não informou se o africano tem advogado de defesa.

Segundo o Deic, a participação do guineense no esquema de receptação de celulares foi identificada durante investigações de roubos em que as vítimas foram gravemente feridas ou mortas. “As prisões de autores de crimes e outros receptadores permitiram identificar [o suspeito preso] como o principal destinatário desse tipo de mercadoria”, declarou a Polícia Civil em nota.

De acordo com as investigações, os policiais chegaram a dois imóveis na rua dos Guaianases, na região da cracolândia, onde foram encontradas bases de operação do suspeito. A equipe realizou mandados de busca e apreensão nos dois locais.

O guineense foi autuado por receptação qualificada, segundo o Deic. Os policiais encontraram uma estrutura de informática que poderia possibilitar o desbloqueio dos aparelhos para acesso aos dados das vítimas. “Essas informações poderiam ser repassadas para serem utilizadas em golpes”, afirmou o Deic. Outro objetivo era enviar os aparelhos para outros países.

No passado, o delegado Ânderson Honorato dos Santos descobriu um esquema de roubo e furto de celulares na região da Bela Vista, também no centro, e afirmou que os aparelhos costumavam ser entregues para africanos, que os levavam para países da África. Em julho, na mesma região, dois homens foram presos por roubar de 5 a 10 celulares por dia de motoristas ou passageiros de carros presos no trânsito. Para cometer os roubos, eles quebravam os vidros dos veículos e agrediam as vítimas.

Recentemente, a polícia começou a investigar a denúncia de que membros da facção criminosa PCC que atuam na cracolândia proibiram usuários de drogas de furtar ou roubar celulares nas proximidades do fluxo, aglomeração dos dependentes químicos. A proibição tinha como objetivo evitar ou reduzir ações policiais na região. No mês passado, motoristas, cobradores e passageiros de ônibus que transitam pela avenida Rio Branco relataram medo de passar pelo local devido à onda de furtos de celulares. De acordo com os condutores, os aparelhos são roubados pelas frestas das janelas ou pela quebra dos vidros.

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