Marina afirma que é impossível impor vontade e defende desmatamento zero.

No documento divulgado durante a Cúpula da Amazônia, realizada nesta terça-feira (8), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, comentou a ausência de uma meta comum para o desmatamento zero na região. Segundo ela, ninguém pode impor sua vontade a ninguém. A Declaração de Belém, resultado do encontro entre representantes dos oito países amazônicos, não incluiu essa meta.

“Ao citar a falta de consenso na negociação, Marina Silva ressaltou que ninguém pode impor sua vontade aos outros. Ela destacou que o acordo vai sendo construído progressivamente, com base nos consensos que são formados ao longo do processo. É importante destacar que todos os países concordam que a Amazônia não pode ultrapassar o ponto de não retorno, que é quando ultrapassa 25% de desmatamento”, explicou a ministra.

Esse ponto de não retorno representa a destruição da floresta e, por consequência, do sistema de chuvas. A Amazônia é responsável por 75% do Produto Interno Bruto (PIB) da América do Sul e pelo equilíbrio do planeta. Portanto, a meta de desmatamento zero é fundamental para a preservação do meio ambiente e da economia da região.

Durante uma entrevista em rádios, Marina Silva também ressaltou que a criação da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) há 45 anos não levou em conta diversas questões relacionadas à mudança do clima que estão em pauta atualmente.

“A região amazônica enfrenta problemas como o desmatamento, a desigualdade social e o abandono das comunidades indígenas. O tempo que se passou desde a última reunião dos presidentes que compõem o Tratado de Cooperação da Amazônia foi prejudicial para o progresso das políticas regionais voltadas a enfrentar esses problemas”, afirmou a ministra.

Marina Silva também informou que a cúpula contará com a divulgação de dois documentos: o comunicado conjunto dos oito países amazônicos e o comunicado conjunto da sociedade civil. Estes documentos servirão para impulsionar as ações dos governos. Segundo ela, aquilo que ainda não foi possível estabelecer como consenso entre os países já é um consenso na perspectiva da ciência e da sociedade.

A ministra destacou ainda que o Brasil já possui um compromisso de desmatamento zero até 2030 e que o governo tem trabalhado para alcançá-lo. Nos primeiros sete meses de governo, houve um aumento de quase 200% na capacidade de fiscalização do Ibama e do ICMBio, além de uma queda de 42% no desmatamento do país.

“No mês de julho, que é um período de pico de desmatamento, registramos uma queda de 66%. Essa redução ocorreu nos mais diferentes estados da Amazônia e em diversos municípios. Portanto, mesmo que o consenso não tenha sido alcançado na declaração conjunta, o Brasil já possui esse compromisso e continuará buscando alcançá-lo”, concluiu Marina Silva.

Essa cúpula busca fortalecer a cooperação entre os países amazônicos e é um importante passo para a preservação da Amazônia e do meio ambiente como um todo. A região da Amazônia desempenha um papel fundamental no equilíbrio planetário, sendo responsável por gerar chuvas e contribuir economicamente para a América do Sul. Portanto, é essencial que medidas sejam tomadas para garantir sua preservação.

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