A Força Nacional se unirá em apoio às atividades realizadas nas áreas indígenas de Mato Grosso do Sul.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou hoje, por meio de uma portaria, a autorização para o envio de militares da Força Nacional de Segurança Pública para auxiliar a Polícia Federal nas ações que serão realizadas nas terras indígenas de Mato Grosso do Sul. A região em questão é objeto de disputa entre o povo Guarani-Kaiowá e fazendeiros locais, sendo reivindicada como parte da Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá.

O processo de demarcação da terra indígena teve início em 2008 e foi marcado por conflitos, culminando no que ficou conhecido como o Massacre do Caarapó, no qual o indígena Clodiodi Aquileu de Souza foi assassinado em 2016. Apesar de parte da região já ter sido demarcada, a discussão em torno do marco temporal prejudicou o andamento do processo, resultando em anulações e novas ações judiciais.

A presença dos militares na região está prevista para durar 30 dias e tem como principal objetivo o apoio à Polícia Federal no cumprimento de uma decisão judicial emitida pela 1ª Vara Federal de Naviraí, que estabelece um acordo entre a comunidade Kurupi Santiago Kue e a fazenda Tejuí. Essa sentença determina a delimitação das áreas de permanência das partes até que a Fundação Nacional dos Povos Indígenas conclua a demarcação das terras.

A portaria não menciona o número exato de militares que serão enviados para a operação, mas ressalta que esse contingente será definido com base no planejamento da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

De acordo com o documento, a presença dos militares visa garantir “a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, em caráter episódico e planejado”.

Essa ação do Ministério da Justiça e Segurança Pública ocorre em meio a um cenário de tensão e conflito em Mato Grosso do Sul, onde a disputa por terras indígenas tem gerado confrontos entre as comunidades indígenas e fazendeiros. A presença da Força Nacional tem como objetivo trazer mais segurança e proteção para todos os envolvidos, contribuindo para a busca de soluções pacíficas e duradouras para esse impasse.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo