De acordo com a Defensoria Pública, das 78 prisões realizadas no litoral de São Paulo, nenhum dos casos apresenta indícios de crimes violentos.

No período entre 28 de julho e 8 de agosto, a Defensoria Pública de São Paulo realizou um levantamento preliminar que revelou que 30% das pessoas capturadas durante a Operação Escudo, na Baixada Santista, foram presas por dívida de pensão alimentícia. Ao todo, foram analisadas 108 prisões em flagrante e 51 capturas de pessoas procuradas pela Justiça.

A Operação Escudo foi desencadeada em resposta ao assassinato do soldado da Rota, Patrick Bastos Reis, ocorrido no dia 27 de julho em Guarujá. A ação resultou na morte de 16 pessoas e envolveu mais de 600 policiais. O objetivo principal da operação, ainda em andamento, é reprimir o tráfico de drogas e desmantelar organizações criminosas na região da Baixada Santista, segundo o governo Tarcísio de Freitas.

De acordo com o levantamento da Defensoria Pública, do total de casos analisados, mais de 72% das prisões em flagrante se referem a supostos delitos sem violência ou grave ameaça. Entre os casos listados estão furtos de bicicletas, fio elétrico, perfumes, camisetas, cremes, calhas e rádio de um veículo abandonado. Além disso, há também casos de pessoas presas por furtos cujos processos já foram arquivados.

A Operação Escudo está em andamento na região da 1ª Circunscrição Judiciária do Estado de São Paulo, que abrange as Comarcas de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente. A Defensoria Pública ressalta que essa análise preliminar será complementada e aprofundada com a obtenção de dados adicionais.

Questionada sobre as prisões analisadas pela Defensoria Pública, a Secretaria da Segurança Pública não respondeu até o momento. Nas redes sociais, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, informou que 313 pessoas foram presas durante a operação, sendo 113 procuradas pela Justiça e 15 adolescentes apreendidos. Além disso, foram apreendidas 44 armas e 790 quilos de drogas.

A ação da polícia no litoral após a morte do soldado da Rota está sendo investigada por um comitê formado pela Defensoria Pública, Ministério Público, OAB, Ouvidoria das Polícias, Human Rights Watch, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e parlamentares do PT e do PSOL. No último dia 2, a Defensoria Pública enviou um ofício ao governo solicitando o fim da operação na Baixada Santista, recomendando que a SSP apresente por escrito as justificativas para a continuidade da operação, se houver alguma excepcionalidade.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo