Investigação busca identificar gangues possivelmente envolvidas em homicídio de candidato político no Equador.

O Equador enfrenta um grave problema relacionado às gangues criminosas em seu território. O país faz fronteira com o Peru e a Colômbia, dois importantes produtores de cocaína, e sua localização geográfica o tornou um ponto de tráfico internacional para a Europa e os Estados Unidos. Além disso, o país também serve como rota de contrabando de químicos usados na produção da droga. Guayaquil, a segunda maior cidade do país, é apontada como o principal ponto de saída das drogas, com aproximadamente 70% delas deixando o país pelos portos da cidade.

No início dos anos 2000, o Equador começou a enfrentar um aumento na presença e violência das gangues juvenis de rua. A província de Guayas, onde está localizada Guayaquil, chegou a ter cerca de 400 gangues operando na época. Uma das mais destacadas era a Latin Kings. Em 2007, o presidente Rafael Correa adotou uma política sem precedentes para lidar com o problema: legalizar as gangues e reconhecê-las como “grupos juvenis urbanos”. O Estado passou a desenvolver programas culturais e educativos em parceria com esses grupos. Essa estratégia teve resultados positivos, com a taxa de homicídios diminuindo significativamente, de acordo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

No entanto, as medidas adotadas não conseguiram alcançar as gangues criminosas associadas aos cartéis mexicanos e colombianos. Um dos principais grupos criminosos do país é o Choneros, que teve sua origem na cidade de Chone, na província de Manabí. Com o passar dos anos, a liderança da organização mudou diversas vezes e sua ligação com o Cartel de Sinaloa, no México, se consolidou. O Choneros passou a atuar principalmente em Guayaquil e entrou em conflito com outras gangues rivais, como os Lagartos.

Em 2019, o presidente Lenín Moreno adotou a estratégia de transferir líderes e membros violentos das facções pelo sistema prisional, na tentativa de desarticular as hierarquias dessas organizações. No entanto, a medida resultou em uma expansão das facções e gangues pelo sistema prisional, levando a uma guerra entre gangues. A situação piorou ainda mais em 2020, com a morte de Rasquiña, líder do Choneros, e a fragmentação das gangues associadas.

A violência prisional também tem impactos nas ruas do país. Recentemente, ocorreram rebeliões e ataques entre as gangues nas prisões equatorianas, resultando em um grande número de mortos. A situação chegou a Villavicencio, levando o presidente Lasso a decretar um estado de exceção, mobilizando as Forças Armadas para conter a violência. Além disso, a crise prisional pode ter repercussões nas próximas eleições presidenciais do país, marcadas para o próximo dia 20.

A luta contra o crime organizado no Equador é um desafio complexo, que envolve aspectos sociais, econômicos e políticos. O governo precisa adotar estratégias eficazes para combater as gangues e os cartéis de drogas, garantindo a segurança da população e a estabilidade do país.

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