Petro contesta perfuração de petróleo na Amazônia e alinha-se com movimentos progressistas em defesa do meio ambiente.

Colômbia defende o fim da exploração de petróleo na Amazônia

O presidente colombiano Gustavo Petro compareceu à Cúpula da Amazônia, em Belém, para defender o fim da exploração de petróleo na floresta, opondo-se à posição defendida pelo presidente Lula. Ele acusou a esquerda de negacionismo climático ao se recusar a adotar essa pauta.

No entanto, a discussão na cúpula não ficou restrita a Petro e Lula. Todos os oito países que fazem parte da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica) já exploram combustíveis fósseis na região. Alguns países, como a Bolívia, dependem fortemente desses recursos, enquanto outros, como a Colômbia, têm menos reservas de petróleo na Amazônia.

Apesar disso, foi incluído um artigo na declaração final da cúpula que trata do diálogo sobre a sustentabilidade dos setores de mineração e hidrocarbonetos. A ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia afirmou que a ideia é ter reservas suficientes para possibilitar uma transição energética justa e direcionar novos investimentos para fontes de energia renovável.

A pauta climática é uma das principais preocupações de Petro, que incluiu em seu programa de governo a redução gradual da dependência do petróleo e do carvão. No entanto, o novo ministro de Minas e Energia da Colômbia admitiu a intenção de abrir novas reservas de combustíveis fósseis e diversificar a matriz energética.

Para alguns especialistas, Petro busca projetar sua imagem internacionalmente ao defender uma transição para energias limpas e aproveitar oportunidades de investimentos nesse setor. Além disso, há uma revisão da leitura da nova esquerda latino-americana, que busca romper com o extrativismo e adotar práticas mais sustentáveis.

Apesar das divergências, o resultado da Cúpula da Amazônia abre caminho para que os líderes da região consolidem uma posição frente aos países desenvolvidos. Quanto à relação entre Brasil e Colômbia, não se espera que as diferenças em relação aos combustíveis fósseis sejam motivo suficiente para rompimento, uma vez que o diálogo entre os países da América Latina com visões diferentes ainda é mantido.

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