São Paulo vacina apenas 48% do grupo prioritário contra gripe, ficando distante de alcançar a meta estabelecida.

Em quase quatro meses de campanha de vacinação contra o vírus Influenza, praticamente só metade do grupo prioritário no estado de São Paulo tomou o imunizante. Até o último dia 3, a cobertura era de 48,4%, bem distante da meta de 90%.

A campanha de vacinação contra a gripe, iniciada em abril, foi recentemente prorrogada pela Secretaria de Estado da Saúde. Agora, até o fim deste mês, todas as pessoas com mais de seis meses de idade podem receber a vacina na rede pública, e não apenas as do grupo prioritário.

De acordo com a Secretaria de Saúde, a cobertura do grupo prioritário no mesmo período da campanha do ano passado era de 63,6%, o que mostra um baixo comparecimento este ano.

O grupo prioritário é formado por crianças de 6 meses a 6 anos, gestantes, puérperas, pessoas com 60 anos ou mais, povos indígenas, professores e trabalhadores da saúde. Porém, com exceção das populações de terras indígenas, todos estão longe de alcançar a meta. No caso das crianças, a cobertura atingia apenas 36% no último dia 3. Entre gestantes, a taxa era de 46%, e entre os mais velhos, a cobertura também não estava satisfatória.

A vacina contra a gripe leva o organismo a produzir anticorpos contra a infecção e estimula a memória das células para que elas aprendam a lidar com o vírus. Menos de 10% das pessoas que recebem a vacina desenvolvem febre, mal-estar e dores musculares, e reações alérgicas são consideradas raras.

No entanto, a baixa cobertura de vacinação contra a gripe ainda é um reflexo da politização da vacina e das notícias falsas, de acordo com Mônica Levi, presidente da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações). Levi afirma que a falta de uma campanha efetiva e convincente por parte das autoridades contribui para a hesitação da população em se vacinar. É necessário melhorar todas as estratégias de conscientização para que as pessoas entendam a importância da vacinação contra a gripe.

A infectologista Keilla Freitas destaca que a época atual é marcada pela maior circulação de vírus respiratórios, incluindo o Influenza. Porém, esses vírus circulam em qualquer momento do ano. Freitas enfatiza que mesmo pessoas que não estão nos grupos de risco para complicações da doença podem ter quadros graves, e, por isso, é importante se vacinar para se proteger e proteger os outros.

O infectologista Héber Azevedo recomenda atenção redobrada às crianças e idosos. No caso das crianças, elas podem ser vetores de infecção para dentro de casa, levando o vírus aos avós, pais e outras crianças. A vacinação é uma forma de prevenir a transmissão. Já no caso dos idosos, as complicações por influenza são mais graves, devido a outras comorbidades e à dificuldade de resposta do sistema imunológico. A taxa de mortalidade por influenza aumenta significativamente em idosos acima de 70 anos.

Até o dia 3 de agosto, o estado de São Paulo registrou 2.466 casos de influenza, com 227 mortes, segundo dados da Secretaria de Saúde. A vacinação é essencial para evitar a propagação do vírus e reduzir o número de casos graves e óbitos. Portanto, é importante que as pessoas busquem se vacinar o mais rápido possível.

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