A Rússia denuncia a Ucrânia por possíveis investidas contra a ponte da Crimeia, alimentando tensões entre os dois países.

No último sábado (12), a Crimeia voltou a ser o foco da Guerra da Ucrânia. A Rússia afirmou ter derrubado 20 drones e dois mísseis na península, que está em um limbo geopolítico desde que foi anexada por Moscou em 2014. Esses ataques ocorreram em resposta a um ataque contra Kiev, que foi o estopim para o atual conflito.

Serguei Aksionov, governador da região nomeado pela Rússia, informou no Telegram que as forças de defesa antiaérea derrubaram dois mísseis inimigos perto do Estreito de Kerch, com a ponte da Crimeia não sofrendo danos. Mais tarde, ele acrescentou que um terceiro míssil foi interceptado. O Ministério da Defesa da Rússia relatou ainda que 20 drones ucranianos foram derrubados perto da península, sendo 14 deles por sistemas de defesa antiaérea e seis por meios eletrônicos.

Embora os ataques frustrados não tenham causado danos materiais nem vítimas, as autoridades russa descreveram as incursões ucranianas como “ataques terroristas” que não ficarão sem resposta. A ponte de 19 km que liga a Crimeia à Rússia tem sido alvo de ataques ucranianos desde o início da guerra, causando danos significativos em um trecho rodoviário da estrutura. Essa ponte, construída por Vladimir Putin após a anexação do território, serve para transportar equipamento militar para o Exército russo.

Além disso, a Ucrânia foi alvo de novos bombardeios russos em Zaporíjia, cidade ao sul do país ocupada pelas forças russas em março de 2022. Um policial morreu e 12 pessoas ficaram feridas nos ataques. Três drones de fabricação iraniana foram destruídos na mesma região, enquanto em Krivoi Rog, cidade natal do presidente ucraniano Volodimir Zelenski, houve um ataque com mísseis que não fez vítimas. Na região de Kharkiv, no nordeste do país, um homem foi morto em um bombardeio.

O Exército russo afirmou que “melhorou” suas posições no nordeste da Ucrânia e o país do Leste Europeu reconhece as dificuldades que enfrenta diante da resistência das tropas russas. Enquanto isso, o Ocidente continua armando a Ucrânia. A União Europeia anunciou o envio de quase 224 mil obuses para Kiev como parte de um plano aprovado em março. O projeto de €2 bilhões inclui o envio de um milhão de obuses de 155 mm.

O ministro da Defesa da Rússia, Serguei Choigu, viajou ao Ártico para reforçar o dispositivo militar russo na região. Ele inspecionou a infraestrutura militar e verificou a prontidão para ações de proteção e defesa de instalações críticas. Caças-interceptores MiG-31 também realizaram atividades de defesa e reconhecimento aéreo e cobertura para as tropas e forças que operam na zona do Ártico. Choigu também inspecionou um campo de testes de armas nucleares acompanhado do chefe da agência nuclear da Rússia, Alexei Likatchev.

Esses eventos refletem a tensão contínua entre a Rússia e a Ucrânia, com ambos os países buscando garantir sua segurança e avançar em suas posições estratégicas. A comunidade internacional observa com atenção a evolução desse conflito e suas possíveis consequências.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo