Internações por leishmaniose têm queda de 23% segundo a Secretaria da Saúde. Medidas de prevenção e controle estão mostrando resultados positivos.

Durante a Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose e a Semana Estadual de Prevenção e Controle da Leishmaniose Visceral, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) ressaltou a importância dos cuidados e sinais de alerta para evitar a infecção pela doença. No primeiro semestre de 2023, houve uma redução de 23,4% nas internações hospitalares e de 21,8% nos atendimentos ambulatoriais relacionados à leishmaniose na rede estadual do SUS.

A leishmaniose é causada por parasitas transmitidos pela picada de mosquitos conhecidos como “mosquito palha” ou “asa branca”. Existem duas formas da doença: a leishmaniose cutânea, que pode se espalhar para as mucosas do nariz, boca e garganta, e a leishmaniose visceral, que afeta os órgãos internos. Segundo Roberta Spínola, Diretora Técnica de Saúde da Divisão de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses da Secretaria de Estado da Saúde, é fundamental concentrar as ações de prevenção nos diferentes componentes necessários para o ciclo de transmissão da doença, como o controle do vetor e manejo do reservatório urbano.

No primeiro semestre de 2023, foram registrados 36 casos confirmados de leishmaniose visceral em todo o estado de São Paulo, uma diminuição em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 46 casos. Em 2022, foram confirmados 88 casos e ocorreram nove óbitos. Até o dia 17 de julho de 2023, a doença causou três mortes.

A leishmaniose cutânea representa apenas 17% das internações de pacientes com qualquer tipo de leishmaniose na rede estadual, mas é responsável por 61% dos atendimentos ambulatoriais. Os sintomas da leishmaniose visceral incluem febre, perda de peso, palidez, fraqueza, diarreia, tosse seca e aumento do volume abdominal, principalmente do baço e do fígado. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.

A prevenção da leishmaniose envolve medidas como manter a limpeza e o saneamento dos espaços, removendo detritos orgânicos e fontes de umidade, promovendo ações de limpeza urbana, mantendo animais domésticos fora de casa e mantendo canis, chiqueiros e galinheiros afastados das residências. Os insetos vetores da doença, como os flebótomos, vivem em locais úmidos com sombra e acúmulo de material orgânico, como restos de alimentos, fezes de animais, folhas e frutos apodrecidos.

As regiões Noroeste e Central do estado de São Paulo concentram a maior parte dos casos de leishmaniose visceral. As unidades do SUS no estado oferecem procedimentos diagnósticos e tratamento gratuito para toda a população. A prevenção e o diagnóstico precoce são fundamentais para controlar a doença e evitar sua propagação.

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