Comandante de batalhão da PM na Ilha do Governador é afastado de suas funções. #PM #Afastamento #IlhadoGovernador

O tenente-coronel Fábio Batista Cardoso foi removido de seu posto como comandante do 17° Batalhão da Polícia Militar (BPM), localizado na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado de Polícia Militar tomou essa decisão para garantir uma investigação imparcial e transparente dos fatos ocorridos na manhã do último sábado (12). Durante uma ação policial no Morro do Dendê, comunidade do mesmo bairro onde está localizada a unidade da PM, uma menina de 5 anos, chamada Eloah Passos, e um adolescente de 17 anos, identificado como Wendel Eduardo, foram mortos.

De acordo com a Secretaria de Polícia Militar, durante um patrulhamento na manhã de sábado, duas pessoas em uma motocicleta chamaram a atenção dos policiais na Rua Paranapuã. O passageiro da moto estava portando uma pistola na cintura, o que levou os agentes a tentar realizar uma abordagem. No entanto, o jovem teria reagido disparando contra os policiais, que então o atingiram em legítima defesa. O suspeito ferido foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital Municipal Evandro Freire, na mesma região. Já o condutor da motocicleta foi encaminhado à 37ª Delegacia de Polícia para prestar esclarecimentos.

Pouco tempo depois, enquanto reforçavam o patrulhamento nas imediações do Morro do Dendê, os policiais do 17º BPM foram alvo de tiros disparados de dentro da comunidade. Isso desencadeou uma reação de um grupo de manifestantes, que bloquearam as ruas próximas e atiraram pedras contra os carros e as equipes da polícia. Diante disso, o Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão (Recom) foi acionado para prestar apoio e o Corpo de Bombeiros para conter as chamas.

Enquanto as equipes tentavam restabelecer a ordem na região, o comando do 17° BPM foi informado sobre uma criança baleada dentro da comunidade do Dendê, tendo sido socorrida por familiares. De acordo com testemunhas, a vítima teria sido atingida dentro de sua própria casa, na comunidade conhecida como Cova da Onça, enquanto brincava em seu quarto. Vale ressaltar que não havia nenhuma operação policial em curso dentro da comunidade, conforme afirma a secretaria.

Parentes da Eloah afirmam que os policiais começaram a atirar para o alto e que uma das balas atingiu a menina dentro de casa. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informou que a criança chegou ao Hospital Municipal Evandro Freire já sem vida, enquanto Wendel Eduardo também foi levado para lá e chegou ao local já morto.

A Polícia Militar instaurou um procedimento de investigação para apurar os detalhes das ações ocorridas e a corregedoria da corporação está acompanhando o caso de perto. As imagens das câmeras corporais usadas pelos policiais serão disponibilizadas para auxiliar nas investigações. O incidente foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital e na 37ª Delegacia de Polícia.

A ONG Rio de Paz divulgou que Eloah é a décima criança vítima de bala perdida este ano no estado do Rio de Janeiro. Desde 2007, quando a entidade começou a contabilizar esses casos, já são 101 crianças e adolescentes de 0 a 14 anos mortos por armas de fogo, a maioria deles por bala perdida.

O enterro de Wendel Eduardo está previsto para ocorrer às 16h de hoje no Cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador.

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