Nas eleições primárias argentinas, o peronismo perdeu força, a oposição se fragmentou e Milei emergiu como terceira força política.

 

As eleições primárias na Argentina, conhecidas como PASO (Primárias, Abertas, Simultâneas e Obrigatórias), acontecerão neste domingo (13/8) e terão um papel crucial na definição do cenário político para as eleições gerais que ocorrerão em 22 de outubro. Essa fase das eleições serve para determinar os candidatos de cada coalizão que irão disputar as eleições nacionais. No entanto, diante de um cenário político que mudou várias vezes ao longo do ano, os analistas estão sendo cautelosos em fazer previsões.

Pelo lado governista, Sergio Massa é o candidato do peronismo e é considerado o favorito para vencer. Já a oposição, representada pela coalizão Juntos pela Mudança, está dividida entre dois candidatos igualmente competitivos depois de uma série de conflitos internos tanto no âmbito nacional quanto nas províncias. Enquanto isso, o libertário Javier Milei, do partido A Liberdade Avança, surpreendeu ao crescer nas pesquisas e se consolidar como a terceira força política do país, mas enfrenta um teto de votos.

Nas eleições deste ano, os argentinos votarão para presidente e vice-presidente, além de renovar um terço do Senado e metade da Câmara dos Deputados. Os vencedores das prévias deste domingo irão para a eleição nacional de outubro. Caso nenhum candidato presidencial alcance 45% dos votos válidos ou supere os 40% com uma diferença de mais de 10 pontos do segundo colocado, haverá um segundo turno no dia 19 de novembro entre os dois candidatos mais votados. As pesquisas indicam que há grandes chances de haver um segundo turno.

Entre os pré-candidatos, há 27 duplas de presidente e vice-presidente representando 15 partidos ou alianças, mas apenas três são considerados mais competitivos: o peronismo da União pela Pátria (UP), a oposição de Juntos pela Mudança (JxC) e a coalizão libertária A Liberdade Avança (LLA).

Pela UP, há duas listas concorrendo: a liderada pelo atual ministro da Economia, Sergio Massa, e a liderada por Juan Grabois. No entanto, Massa recebeu o apoio oficial do peronismo, incluindo da vice-presidente Cristina Kirchner, e é o favorito para receber a maioria dos votos dos eleitores.

A disputa na coalizão oposicionista JxC está acirrada entre dois candidatos altamente competitivos: o atual prefeito de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, e a ex-ministra de Segurança Patricia Bullrich. Enquanto algumas pesquisas indicam que Larreta está à frente, outras mostram um cenário mais favorável para Bullrich. O vencedor dessa coalizão é o mais provável adversário de Massa ou Milei no segundo turno.

Por fim, o libertário Javier Milei e sua vice Victoria Villarruel são os únicos candidatos da sua coalizão e têm grandes chances de garantir um lugar na eleição de outubro. Milei captura um eleitorado desacreditado nos políticos tradicionais e representa o populismo anti-establishment de direita que tem ganhado força nos últimos anos.

O governo atual enfrenta um clima desfavorável, com uma popularidade abaixo de 30%. Com uma inflação alta e problemas econômicos, a candidatura governista parecia estar em declínio. No entanto, o peronismo conseguiu se unir em torno de Sergio Massa e sua candidatura ganhou força, animando o setor financeiro que vê nele um peronista moderado capaz de lidar com a crise econômica.

Por outro lado, a oposição, que parecia ter uma vantagem inicial em meio ao descontentamento popular com o governo, estava dividida e isso impactou as intenções de voto. A disputa acirrada entre Bullrich e Larreta pode levar a um cenário de unidade pós-eleição, caso a coalizão JxC tenha interesse em retornar ao poder.

Enquanto isso, a ascensão de Javier Milei representa uma novidade no cenário político argentino. Sua posição anti-establishment e críticas aos políticos tradicionais têm conquistado apoio, mas as pesquisas indicam que seu apoio atingiu um teto.

Em suma, as eleições primárias na Argentina neste domingo ajudarão a definir o cenário político para as eleições gerais de outubro. Sergio Massa é o favorito pelo lado governista, enquanto a oposição está dividida entre Patricia Bullrich e Horacio Rodríguez Larreta. Javier Milei representa uma terceira opção viável, mas enfrenta um teto de votos. O resultado dessas eleições primárias será decisivo para a definição do próximo presidente da Argentina.

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