A Sociedade de Infectologia solicita ampliação da fiscalização em relação ao vírus SARS-CoV-2.

A Sociedade Brasileira de Infectologia emitiu uma nota informativa nesta quinta-feira (17) para avaliar a situação da nova variante de interesse (EG.5) monitorada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com a entidade, até o momento a nova variante não modificou o cenário epidemiológico no Brasil, mas é importante reforçar a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 para detectar precocemente qualquer mudança.

A vigilância genômica é realizada por meio do sequenciamento genético das amostras positivas do coronavírus SARS-CoV-2 coletadas nos testes RT-PCR, o que permite identificar quais variantes estão circulando no país e possibilita acompanhar possíveis alterações nesse cenário. No entanto, a quantidade de amostras coletadas para análise genômica no Brasil ainda é baixa, o que sugere que a nova variante pode estar circulando de forma silenciosa.

Apesar disso, a Sociedade Brasileira de Infectologia destaca que não houve modificação no número de casos notificados de covid-19 nem aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país até o momento, o que indica que não é necessário alterar as recomendações vigentes.

O comunicado da Sociedade Brasileira de Infectologia ocorre um dia depois de a Universidade Federal do Rio de Janeiro ter recomendado a retomada do uso de máscaras em aglomerações e ambientes fechados na instituição como medida preventiva contra a covid-19. A universidade cita um aumento moderado e progressivo nos testes positivos de covid-19 realizados em seu centro de testagem, e também menciona uma avaliação da OMS que indica um aumento de 80% no número de novos casos de covid-19 em todo o mundo entre 10 de julho e 6 de agosto. No entanto, esse aumento está concentrado principalmente no Leste da Ásia e Oceania.

Diante desse cenário, o secretário municipal de saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, afirma que não há no momento nenhuma alteração significativa no quadro epidemiológico que justifique o uso indiscriminado de máscaras. A recomendação é que todos os indivíduos maiores de 12 anos recebam a dose de reforço da vacina bivalente contra a covid-19.

A Sociedade Brasileira de Infectologia também contextualiza que a nova subvariante EG.5, da cepa Ômicron, já foi confirmada em 51 países. Essa variante apresenta maior capacidade de transmissão e resistência imunológica, o que pode ocasionar um aumento nos casos de covid-19 mundialmente até que se torne a cepa dominante e se estabilize. No entanto, a OMS classifica a EG.5 apenas como variante de interesse e de baixo risco para a saúde pública, pois até o momento não foram observadas mudanças no padrão de gravidade da doença.

Nesse contexto, a Sociedade Brasileira de Infectologia destaca a importância de manter o calendário vacinal atualizado com as doses de reforço, principalmente para grupos de risco, como pessoas com 60 anos ou mais, imunossuprimidos, gestantes, população indígena e profissionais de saúde. Além disso, é recomendado o uso de máscaras em locais fechados com baixa ventilação e aglomeração caso haja aumento de casos de síndrome gripal, circulação e detecção viral no Brasil.

A entidade também ressalta a importância da testagem de casos de síndrome gripal para reduzir a transmissão da covid-19, com isolamento dos casos positivos. E, em relação ao tratamento, a Sociedade Brasileira de Infectologia orienta o uso de antivirais como Nirmatrelvir/ritonavir (NMV/r) nos primeiros cinco dias de sintomas em pacientes com mais de 65 anos ou imunossuprimidos, visando reduzir o risco de complicações e morte. Em situações em que o NMV/r não possa ser utilizado, podem ser considerados os antivirais Molnupiravir ou Rendesevir nos casos de maior risco de hospitalização.

Portanto, diante da análise da Sociedade Brasileira de Infectologia, é importante manter a vigilância genômica dos casos sintomáticos de covid-19 no país e reforçar as medidas de prevenção, como a vacinação, o uso de máscaras em locais fechados e a testagem de casos suspeitos. Ainda que a situação da nova variante EG.5 seja monitorada, até o momento não houve mudanças significativas no cenário epidemiológico do Brasil.

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