Aumento de hospitalizações de crianças causadas por infecção do rinovírus preocupa as autoridades de saúde.

Novo boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), traz um alerta preocupante sobre o aumento de casos de rinovírus entre crianças de 2 a 4 anos e de 5 a 14 anos de idade em alguns estados brasileiros. Os estados afetados são Espírito Santo, Bahia, Paraná, São Paulo e a capital do Rio Grande do Norte, Natal.

Apesar dos números crescentes, o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, afirmou que não há indícios de que se trate de uma retomada da covid-19 nessas faixas etárias, nem do vírus Influenza. No entanto, ressaltou que o rinovírus está apresentando um ligeiro aumento, o que tem levado ao aumento das internações nessas faixas etárias.

O boletim, referente à Semana Epidemiológica de 6 a 12 de agosto, apontou que o aumento de casos de rinovírus foi detectado, mesmo com a estabilidade em relação às Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) de modo geral. Essa análise é baseada nos dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 14 deste mês.

Além disso, o boletim revelou que também há um sinal de aumento de casos ligados ao rinovírus em crianças menores de 2 anos de idade em Roraima e nas capitais Boa Vista e Porto Alegre. Por isso, é essencial que os estados continuem coletando e enviando amostras para manter a capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 em todo o país.

No que diz respeito aos casos de SRAG, o boletim indicou que há um volume expressivo no Acre, mas com uma interrupção no aumento. No Rio de Janeiro, a situação não sugere um aumento significativo, apenas pequenas oscilações. Quatro capitais apresentam alta de casos: Belém (PA), Boa Vista (RR), Natal (RN) e Porto Alegre (RS). Também houve um leve aumento na população acima de 65 anos na capital gaúcha.

O boletim também trouxe dados sobre a prevalência de vírus respiratórios entre os casos positivos. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, os vírus mais prevalentes foram o vírus sincicial respiratório (25,2%), seguido pelo Sars-CoV-2/Covid-19 (22,3%), influenza A (5%) e influenza B (2,5%). Já entre os óbitos registrados, a presença desses mesmos vírus foi de Sars-CoV-2/Covid-19 (52,6%), vírus sincicial respiratório (10,5%), influenza A (9,2%) e influenza B (6,6%).

No ano epidemiológico de 2023, foram notificados 121.214 casos de SRAG, sendo que 38,9% tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 48,9% foram negativos e pelo menos 6,7% ainda aguardam resultado laboratorial. Dos casos positivos, 9,2% são influenza A, 4,9% influenza B, 40,7% vírus sincicial respiratório (VSR) e 30,6% Sars-CoV-2 (covid-19). Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 5% para influenza A, 2,5% para influenza B, 25,2% para vírus sincicial respiratório e 22,3% para Sars-CoV-2 (covid-19).

Os dados do boletim reforçam a importância de manter as medidas de prevenção, como uso de máscaras, higienização das mãos e distanciamento social, especialmente entre as faixas etárias mais afetadas pelo rinovírus. As autoridades de saúde destacam a necessidade de seguir monitorando e realizando a vigilância genômica do Sars-CoV-2 para evitar possíveis surtos.

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