Decisão que excluiu SP de programa de livros didáticos é revogada pela Justiça – Estadão Expresso

A 4ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) emitiu uma decisão liminar nesta quarta-feira, 16, determinando a anulação do ato administrativo do secretário de Educação, Renato Feder, que retirou o Estado do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). A decisão foi motivada por uma ação popular movida pela deputada federal Luciene Cavalcante (PSOL-SP), pelo deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) e pelo vereador Celso Giannazi (PSOL), e foi referendada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).

O juiz responsável pela decisão, Antonio Augusto Galvão de França, destacou que o prazo para a escolha das obras do PNLD vai até o dia 23 de agosto, o que tornava urgente a apreciação do pedido. Ele afirmou que a ação do governo de retirar o Estado do programa representa uma violação ao princípio constitucional da gestão democrática na educação pública, que requer um amplo debate com a comunidade acadêmica, estudantes, conselhos escolares e outros agentes do sistema educacional.

No início do mês, Renato Feder anunciou que o Estado abriria mão de 10 milhões de exemplares de livros do PNLD para os alunos do ensino fundamental 2 em 2024, e também não compraria os livros para o ensino médio. Essa decisão levou o MP-SP a abrir um inquérito para investigar o caso e exigir explicações pedagógicas e financeiras por parte da Secretaria de Educação.

“A aula é uma grande TV, que passa os slides em Power Point, alunos com papel e caneta, anotando e fazendo exercícios. O livro tradicional, ele sai”, afirmou Feder ao Estadão anteriormente.

Após a decisão do governo estadual de dispensar os livros oferecidos gratuitamente pelo MEC, o Estadão mostrou que muitos dos materiais rejeitados pelo governo de São Paulo são utilizados por escolas particulares renomadas na capital.

A decisão liminar da 4ª Vara de Fazenda Pública do TJSP representa uma vitória para os autores da ação popular, que defendem a importância do PNLD e criticam a retirada do Estado do programa. Essa medida, segundo eles, poderia causar prejuízos à formação dos estudantes e ao erário estadual.

Agora, aguarda-se a análise do mérito da ação para que uma decisão final seja tomada. Enquanto isso, a escolha das obras do PNLD continua em curso até o prazo estabelecido, e a discussão sobre a permanência do Estado de São Paulo no programa permanece em evidência.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo