Questionado pelo senador Veneziano Vital do Rêgo, Delgatti respondeu que aceitaria participar da acareação “de forma tranquila”. Ele também afirmou, em outro momento do depoimento, que estaria disposto a fazer acareação com qualquer pessoa para comprovar as informações que revelou.
A acareação é um procedimento legal em que duas pessoas com versões contraditórias são colocadas frente a frente para que se chegue à verdade. Neste caso, seria uma oportunidade para confrontar as declarações de Delgatti com as do ex-presidente Bolsonaro.
Entre as acusações feitas por Delgatti está a de que Bolsonaro teria oferecido indulto presidencial em troca da invasão da urna eletrônica e da responsabilidade sobre um suposto grampo no ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O indulto representa o perdão da pena, concedido através de decreto presidencial.
Delgatti também afirmou ter invadido sistemas do Judiciário brasileiro a pedido da deputada federal Carla Zambelli, que nega as acusações. Além disso, ele disse ter orientado os militares das Forças Armadas na elaboração de um relatório sobre as urnas eletrônicas, a pedido de Bolsonaro.
Outra acusação feita pelo hacker é a de que Bolsonaro e seu marqueteiro de campanha, Duda Lima, solicitaram que ele gravasse um vídeo com informações falsas contra a urna eletrônica.
A relatora da CPMI, Eliziane Gama, informou que há possibilidade de solicitar a acareação de Delgatti com Bolsonaro, ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, deputada Zambelli ou qualquer outra pessoa mencionada pelo hacker. No entanto, para que as acareações sejam aprovadas, é necessário convocar um requerimento em reunião deliberativa da comissão.
O depoimento de Delgatti à CPMI tem gerado grandes repercussões e levantado questionamentos sobre a veracidade de suas declarações. A acareação com Bolsonaro, caso ocorra, será um momento importante para confrontar as versões e buscar esclarecimentos sobre os atos golpistas investigados.
