A Defensoria informou que a maioria dos detidos na Operação Escudo foi encontrada desarmada, segundo dados recentes divulgados.

Um relatório preliminar divulgado nesta sexta-feira (18) pela Defensoria Pública de São Paulo revelou dados preocupantes sobre a Operação Escudo, realizada no litoral paulista pela Polícia Militar. De acordo com o documento, 90% das prisões em flagrante efetuadas durante a operação não resultaram na apreensão de armas.

O relatório foi elaborado com base nas prisões ocorridas no período de 27 de julho a 15 de agosto. Durante esse período, o Núcleo Especializado de Situação Carcerária (Nesc) teve acesso a 170 casos de pessoas presas em flagrante e 94 casos de captura de procurados pela Justiça.

Uma das informações alarmantes presentes no relatório é que, em nove em cada dez flagrantes da Operação Escudo, não foi encontrada nenhuma arma no momento da prisão. Além disso, em 67% dos casos, não houve apreensão de drogas. Outro dado relevante é que mais da metade dos detidos (55% do total) eram réus primários.

Dos 170 presos em flagrante na operação, 100 permanecem detidos até o momento. O relatório também apontou que sete em cada dez pessoas presas têm entre 18 e 34 anos e 60% se declaram pardas.

A Operação Escudo foi deflagrada após a morte do policial Patrick Bastos Reis, das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), no dia 27 de julho, em Guarujá, litoral paulista. Desde então, a operação tem gerado polêmica devido ao alto número de mortos na região. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), entre os dias 28 de julho e 7 de agosto, 246 pessoas foram presas durante a operação.

A secretaria afirmou que a Operação Escudo segue as diretrizes da lei e que qualquer irregularidade será devidamente apurada. No entanto, os dados apresentados no relatório da Defensoria Pública levantam questionamentos sobre a eficácia e a regularidade das ações realizadas durante a operação.

Diante desses números, é fundamental que sejam realizadas investigações sobre a abordagem e as prisões efetuadas durante a Operação Escudo, buscando esclarecer se houve abusos ou ilegalidades por parte dos agentes envolvidos. A transparência e a responsabilização são elementos essenciais para a garantia da segurança pública e o respeito aos direitos dos cidadãos.

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