O evento contou com a presença de especialistas, autoridades do município e lideranças de aldeias indígenas, que foram os grandes protagonistas das discussões. No auditório, cerca de 300 pessoas, incluindo estudantes da rede estadual, puderam acompanhar palestras sobre temas como sustentabilidade, preservação ambiental, demarcação de terras e apresentações culturais.
A secretária municipal de Meio Ambiente e Proteção Animal, Dra. Regina Célia Damasceno, junto com os secretários André Sicco (Assistência Social) e Fran Silva (Cultura e Juventude), ressaltou a importância de dar visibilidade aos povos indígenas, garantindo condições de existência digna e reparação histórica após séculos de incompreensão cultural.
De acordo com o Censo Demográfico de 2022, a população indígena de São Bernardo é de cerca de 1.300 pessoas. O município abriga três aldeias guaranis, localizadas na região do Pós-Balsa, bairro Curucutu, e uma aldeia próxima à divisa com Parelheiros, em São Paulo.
Elson Mirim da Silva, liderança da aldeia Guyrapaju, destacou a importância de valorizar as raízes da história e buscar melhorias para os povos indígenas. Segundo ele, a luta pela demarcação de terras é uma bandeira de toda a comunidade indígena.
Durante o evento, a geógrafa da Fundação Florestal, Sandra Leite, falou sobre o programa Guardiões das Florestas, do governo do Estado, que busca fortalecer os povos originários em São Paulo. O programa prevê a transferência de recursos financeiros por serviços ambientais, remunerando os povos que contribuem para preservação das unidades de conservação.
Para fortalecer as políticas públicas voltadas aos povos guaranis, São Bernardo criou um Comitê Intersetorial de Assuntos Indígenas, com a participação do Ministério Público Federal, Defensoria Pública e Funai. O seminário Agosto Indígena foi uma iniciativa dessa comissão e teve como tema deste ano “Toda a terra é nossa”.
Com a realização desse evento, São Bernardo reforça seu compromisso em dar voz e visibilidade aos povos indígenas, promovendo discussões sobre seus direitos e lutas, além de buscar a valorização de sua cultura e história. É um passo importante no caminho da construção de uma sociedade mais justa e igualitária.