No Rio, festival enaltece o Dia do Orgulho Lésbico em comemoração especial, reunindo apoio e visibilidade para a comunidade.

No próximo sábado, dia 19, as principais festas lésbicas do Rio de Janeiro se reunirão no centro da cidade para celebrar o Dia do Orgulho Lésbico. O evento, intitulado Festival do Orgulho L, contará com a presença do Bailão das Sapatão, Sáfica (Fancha), Sapagode, Tersapata e Manas, e será totalmente gratuito. A programação terá início às 18h com uma roda de conversa intitulada “Amor em tempos de luta”, que contará com a participação das editoras da Revista Brejeiras, uma publicação feita por e para lésbicas.

Camila Marins, fundadora e editora da Revista Brejeiras e uma das organizadoras do evento, destacou a importância da visibilidade nas políticas públicas e no empenho do orçamento e implementação de ações que beneficiem a comunidade lésbica.

O Dia do Orgulho Lésbico, celebrado em 19 de agosto, relembra o Levante do Ferro’s Bar, ocorrido em 1983 e conhecido como o Stonewall brasileiro. Na ocasião, as lésbicas organizadas no Grupo de Ação Lésbica Feminista foram impedidas de distribuir o jornal “chachacomchana” no bar, o que levou um grupo liderado por Rosely Roth a invadir o estabelecimento e denunciar a censura, perseguição e violência policial contra lésbicas.

Em 2023, será comemorado o 40º aniversário desse levante, e Camila Marins enfatizou a importância da comunicação popular como uma ferramenta de disputa de ideias e construção de um mundo melhor. Ela ressaltou que, nos anos 1980, as lésbicas se levantaram contra a censura e violência policial, e hoje, a luta continua contra a violência do Estado, militarização, discurso de ódio, desinformação e narrativa única.

Uma das reivindicações do evento é a aprovação do Projeto de Lei Luana Barbosa, que combate o lesbocídio no Rio de Janeiro. O projeto, que está parado tanto na Câmara Municipal quanto na Assembleia Legislativa, propõe tornar o dia 13 de abril o Dia Estadual de Enfrentamento ao Lesbocídio. Marins destacou que muitas mulheres lésbicas, sobretudo as negras, estão sofrendo violência e sendo mortas, e que é urgente a implementação de políticas públicas de proteção.

Segundo o Dossiê sobre Lesbocídio no Brasil, realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), pelo menos 135 lésbicas foram mortas entre 1983 e 2013. O levantamento mostra que o número de casos vem aumentando ao longo dos anos, com um crescimento de 80% entre 2016 e 2017. Em 2022, o GGB registrou oito mortes violentas de lésbicas.

Para participar do evento, é necessário retirar um convite gratuito pela internet. Essa é uma oportunidade de celebrar o orgulho lésbico, fortalecer a comunidade e reforçar a importância da luta por direitos e visibilidade.

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