Dólar se mantém instável, com tendência de alta devido ao foco na China, após queda devido a realização de lucros.

O mercado cambial está passando por momentos de instabilidade nesta segunda-feira, 21. O dólar no mercado à vista abriu com viés de alta, mas logo em seguida caiu e voltou a exibir viés positivo. Essa oscilação é reflexo do fôlego curto da moeda americana em relação a outras moedas emergentes e ligadas a commodities. Enquanto o dólar apresenta queda em relação ao peso chileno, peso mexicano e rand sul africano, registra uma alta modesta em relação ao yuan chinês, rublo e lira turca.

O mercado está favorável, com alta das bolsas europeias e Nova York, além do aumento dos retornos dos Treasuries. O corte de juros na China, abaixo do esperado, e o recuo da inflação no atacado na Alemanha também influenciam nesse cenário. O corte da taxa de juros de referência de empréstimos de um ano pelo Banco do Povo da China, de 3,55% para 3,45%, foi bem recebido pelo mercado. Da mesma forma, a queda de 6% do PPI na Alemanha em julho é positiva, já que o Banco Central Europeu enfrenta dificuldades para levar a inflação ao consumidor de volta à meta.

Os investidores estão em compasso de espera pelo Simpósio de Jackson Hole, que acontecerá nos EUA a partir desta quinta-feira. Os presidentes do Federal Reserve e do Banco Central Europeu, Jerome Powell e Christine Lagarde, respectivamente, farão discursos na sexta-feira. A expectativa é de que esses pronunciamentos tragam sinais sobre os próximos passos na política monetária, tendo em vista os sinais econômicos desiguais nas duas regiões e a inflação acima das metas desses BC.

Internamente, há a votação do arcabouço fiscal na Câmara prevista para esta semana e a divulgação do IPCA-15 de agosto na sexta-feira. Além disso, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fará uma palestra amanhã em um evento do Santander.

Outra notícia relevante é a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na 15ª Cúpula dos Brics, que acontece na África do Sul. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também acompanha o presidente nessa viagem.

No âmbito econômico, o boletim Focus mostrou elevação da projeção do IPCA de 2023. As estimativas para a Selic e o câmbio foram mantidas, com expectativa de queda dos juros no final deste ano.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em baixa de 0,27%, cotado a R$ 4,9680, impulsionado pela queda nos rendimentos dos Treasuries. No entanto, durante toda a semana passada, a moeda americana acumulou ganhos de 1,30% em relação ao real, o que motivou uma realização de lucros no câmbio mais cedo.

No momento, o dólar à vista está subindo 0,10%, cotado a R$ 4,9729, enquanto o dólar para setembro apresenta queda de 0,04% a R$ 4,9830.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo