Elvis Amoroso é integrante do diretório do Partido Socialista da Venezuela (PSUV) e atual controlador-geral da República. Além disso, ele é amigo pessoal da esposa de Nicolás Maduro e autor de diversas inabilitações políticas de candidatos presidenciais da oposição.
A nova diretiva do CNE será composta por outros quatro integrantes, sendo dois representantes do chavismo – Rosalba Gil e Carlos Quintero – e dois representantes das forças da oposição – Acme Nogal e Juan Carlos Delpino. O anúncio final sobre a nova diretiva do CNE foi adiado diversas vezes nos últimos dias, devido às dificuldades em chegar a um acordo sobre cargos e cotas para a oposição que decidiu participar do processo.
A diretiva anterior do CNE era presidida por Pedro Calzadilla, que foi designado há dois anos após um acordo político com a oposição e com a aprovação da comunidade internacional. No entanto, a formação renunciou ao cargo há quase três meses.
A nova diretiva do CNE assume o mandato simultaneamente ao início da campanha eleitoral das primárias da oposição. Além disso, surgem especulações de que as eleições presidenciais podem ser antecipadas sem aviso prévio, assim como ocorreu em 2018.
Jorge Rodríguez, membro do PSUV, descreveu a nomeação da nova diretiva como “histórica” e celebrou seu caráter republicano. No entanto, líderes e candidatos da oposição criticaram o anúncio. César Pérez Vivas, candidato da oposição nas primárias, denunciou a nomeação de Amoroso como uma manobra para desmoralizar e afastar os votos do bloco não chavista.
O partido no poder considera as nomeações como naturais, mesmo que sejam militantes partidários. Tarek William Saab, atual procurador-geral, também é membro do PSUV e o próprio Jorge Rodríguez ocupou o cargo de reitor do CNE.
A nomeação de Amoroso ocorre em meio a rumores de novos encontros entre a liderança chavista e representantes dos Estados Unidos e da União Europeia. Essas reuniões buscam a flexibilização ou abolição das sanções internacionais em troca de um compromisso democrático do governo de Maduro, com a realização de eleições justas, decentes e verificáveis.
