Nesta quinta-feira, Gonçalves Dias depõe na CPMI do Senado.

No próximo dia 31 de janeiro, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro irá ouvir o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias. Indicado pelo atual governo, Dias ocupava o cargo no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes. Ele deixou o posto no dia 19 de abril de 2023, após a divulgação de vídeos nos quais ele aparece em um dos locais da invasão.

A convocação de Gonçalves Dias foi objeto de aproximadamente 100 requerimentos. Inicialmente, a CPMI havia rejeitado o pedido para ouvir o ex-ministro, porém, em junho, um acordo possibilitou a aprovação dos pedidos. Entre os signatários dos requerimentos estão os senadores Sergio Moro (União-PR), Magno Malta (PL-ES) e Izalci Lucas (PSDB-DF).

O depoimento de Gonçalves Dias, conhecido como general G. Dias, é considerado pelos parlamentares de oposição como uma peça chave para esclarecer as providências adotadas e o desdobramento das investigações conduzidas pelo governo federal, de acordo com o senador Sergio Moro.

Os senadores também citam uma matéria publicada pelo jornal Folha de S.Paulo, segundo a qual foi o general Dias que ordenou a direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a adulterar os alertas sobre os ataques do dia 8 de janeiro no relatório entregue ao Congresso Nacional. A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) solicitou ao GSI dois relatórios de inteligência diferentes, o que indicaria a supressão de 11 alertas de mensagens enviadas a Dias sobre as ameaças existentes.

Além disso, os parlamentares mencionam os vídeos veiculados pela rede de TV CNN, em abril, que mostram a presença do general no Palácio do Planalto durante a invasão. Eles ressaltam que o Gabinete de Segurança Institucional dispensou um pelotão com 36 militares do Choque, que estavam preparados para controle de distúrbios civis, somente pedindo reforço depois do início dos ataques. O GSI afirmou que a guarnição de serviço no Palácio já estava reforçada com tropa de choque do Batalhão da Guarda Presidencial e que o restante estava em prontidão, a alguns quilômetros dali, no Setor Militar Urbano.

No depoimento que ocorreu em 22 de junho na CPI da Assembleia Legislativa do Distrito Federal, que também investiga os ataques antidemocráticos, Gonçalves Dias negou ter sido conivente com os invasores do Palácio do Planalto. Ele também negou ter adulterado relatórios da Abin que foram enviados ao Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Militar. A oitiva na CPMI será uma importante oportunidade para esclarecer essas e outras questões relacionadas aos ataques do 8 de Janeiro.

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