De acordo com o portal Middle East Eye, Mohammed al-Ghamdi criticava várias questões em seu perfil no Twitter, incluindo as altas taxas de desemprego no país, a inflação e a má administração dos recursos pelo governo. Além disso, ele também pleiteava pela liberação de presos políticos.
“Eu apelo a todos que tenham influência para ajudar a libertar o meu irmão da injustiça”, disse Saeed, que vive em exílio em Londres.
Segundo Saeed, seu irmão foi condenado por defender os estudiosos sauditas Awad al-Qarni, Salman al-Odeh, Ali al-Omari e Safar al-Hawali, que estão presos desde 2017 e também foram condenados à pena de morte. Mohammed está detido desde o ano passado e recebeu a sentença de morte no início de julho.
Essa é a primeira sentença de pena de morte por postagens em redes sociais, de acordo com relatos. No entanto, já houve uma série de sentenças extremas por ativismo online, como o caso de Salma al-Shehab, candidata ao doutorado na Universidade de Leeds, que foi condenada a 34 anos de prisão por causa de seus tweets publicados em agosto do ano passado.
Uma semana após a sentença de Shehab, Nourah al-Qahtani, mãe de cinco filhos, também foi condenada a 45 anos de prisão por tweets feitos por duas contas anônimas atribuídas a ela.
Essas decisões surpreenderam até mesmo defensores de direitos humanos e advogados sauditas. Recentemente, as irmãs Manahel e Fouz al-Otaibi, influenciadoras conhecidas, também enfrentaram acusações criminais por suas publicações nas redes sociais, incluindo tweets sobre causas feministas.
No entanto, é importante ressaltar que as decisões do sistema judicial da Arábia Saudita têm sido controversas ao longo dos anos, levantando preocupações sobre a liberdade de expressão e os direitos humanos no país.