O Instituto estadual do Ambiente (Inea) está investigando se houve alguma ação criminosa que tenha causado a contaminação. Segundo o presidente do Inea, Philipe Campello, existem 72 pontos de lançamentos de resíduos no Rio Guandu, e essa descarga não é natural.
A origem do contaminante ainda não foi identificada e nenhuma hipótese foi descartada. Equipes estão investigando locais como o Polo Industrial de Queimados, município da Baixada Fluminense, em busca de pistas sobre a contaminação.
A análise inicial da água aponta a presença de um composto surfactante, utilizado em detergentes, em uma concentração de 0,6 miligrama por litro. O diretor da Cedae, Daniel Okumura, explica que esse surfactante não deveria estar presente na água para consumo, pois a portaria de potabilidade estabelece um limite de 0,5 miligrama por litro para não causar danos à saúde.
A Cedae acredita que a vazão da água no Rio Guandu, sem a captação, ajudará a diminuir os níveis do contaminante. A empresa também orienta a população a economizar água, principalmente considerando que o mau tempo pode reduzir o consumo.
No total, nove municípios estão sendo afetados pela suspensão do abastecimento, com 11 milhões de pessoas atingidas. Além da capital, a Baixada Fluminense também é afetada. A Estação de Tratamento Guandu tem um certificado do Guiness Book como a maior estação de tratamento de água do mundo, com uma captação de 43 mil litros por segundo.
O presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon, afirmou que a normalização da captação de água pode levar até 10 horas, e o fornecimento levará até 72 horas após a retomada. Ele ressaltou que a situação é excepcional e que se trata de um crime ambiental, não causado pela empresa.
A investigação continua em andamento e as autoridades esperam identificar a origem do contaminante e responsabilizar os responsáveis pelo crime ambiental. Enquanto isso, a população precisa lidar com a falta de água e buscar alternativas para sua vida cotidiana.