Polêmico lançamento de poluentes no Rio Guandu gera grande impacto ambiental, afirma relatório do Inea.

Nesta segunda-feira (27), após a interrupção do fornecimento de água na região metropolitana do Rio de Janeiro, o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Philipe Campello, revelou que a espuma que afetou a Estação de Tratamento de Água do Guandu teve origem em um lançamento criminoso de substância surfactante na água. Além disso, o autor desse crime ambiental não comunicou as autoridades sobre o problema, o que configura uma dupla inconformidade.

Em uma coletiva de imprensa realizada nesta manhã, o Inea e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) detalharam o problema. De acordo com o diretor de saneamento e grande operação da Cedae, Daniel Okumura, tudo indica que o lançamento do detergente foi pontual, o que deve permitir que a água do Rio Guandu retorne às condições adequadas de captação até o final do dia. No entanto, a normalização da disponibilidade de água em todos os pontos da região metropolitana pode levar até 72 horas.

Vale ressaltar que o Sistema Guandu, do qual a estação de tratamento faz parte, é responsável por 80% do fornecimento de água na região metropolitana do Rio de Janeiro. Essa estação abastece nove municípios, incluindo a cidade do Rio de Janeiro, atendendo a cerca de 11 milhões de pessoas.

A identificação da espuma nos pontos de captação da estação de tratamento ocorreu por volta das 4 horas da manhã, e a interrupção da captação ocorreu às 5h30. No entanto, a Cedae garante que a água tratada e enviada à distribuição até aquele momento passou por todos os controles de qualidade e não oferece riscos à saúde.

Diante desse cenário, o Inea acionou a Polícia Civil para investigar o caso por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente. Os agentes estão verificando se algum dos 72 estabelecimentos industriais e comerciais licenciados para despejo no Rio Guandu foi responsável por esse lançamento criminoso. Além disso, não está descartada a possibilidade de a substância ter sido lançada de outras formas, como por um caminhão, por exemplo.

Para acelerar o escoamento da água contaminada pelo surfactante, a Cedae abriu as comportas da estação de tratamento. Entretanto, até que a situação seja normalizada, o presidente da companhia, Aguinaldo Ballon, solicita que a população não desperdice água.

Em suma, é preciso aguardar as investigações e tomar as medidas necessárias para evitar a reincidência de crimes ambientais desse tipo. Enquanto isso, é fundamental que a população colabore e economize água durante esse período de interrupção no abastecimento.

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