Espanha registra queda na taxa de natalidade com redução de 300 mil matrículas na educação infantil nos últimos cinco anos.

No dia 20 de junho, a vida da professora Mercedes Cereijo mudou para sempre. Naquela tarde, ela recebeu um telefonema que a deixou completamente chocada: a escola em que ela trabalhava, a Emilio Navasqüés, localizada em Cruceiro de Roo, no município de Outes, estava fechando. Apesar de já terem perdido alguns alunos ao longo dos anos, eles nunca imaginaram que a escola inteira seria fechada de forma tão repentina e mal planejada.

A escola contava com uma única turma do segundo ciclo de Educação Infantil, com 18 alunos, e 55 alunos do Ensino Primário. Apesar da expectativa de aumento nas matrículas para o próximo ano letivo, isso não aconteceu. A escola fechou e os alunos foram transferidos para outra instituição.

Esse declínio no número de alunos está diretamente ligado ao declínio da taxa de natalidade nos últimos anos. Nos últimos cinco anos, o segundo ciclo de Educação Infantil perdeu mais de 145 mil alunos e o Ensino Primário perdeu mais de 159 mil. Essas perdas totalizam mais de 304 mil alunos nas escolas públicas.

A expectativa é que esse declínio continue nos próximos anos, agravando ainda mais o problema do fechamento de escolas. No ano passado, o segundo ciclo de Educação Infantil perdeu mais de 41 mil alunos. Além disso, os dados mais recentes mostram que a taxa de natalidade continua em queda, com apenas 155.629 nascimentos no primeiro semestre deste ano.

A discrepância entre o fechamento de escolas públicas e a abertura de escolas privadas também é evidente. Nos últimos 10 anos, foram fechadas 112 escolas públicas, enquanto foram abertas 80 escolas privadas. Isso se deve em parte às políticas educacionais, como a promoção da cessão de terrenos públicos para a construção de escolas privadas.

Esse processo de fechamento de escolas afeta não apenas as áreas rurais, mas também as áreas urbanas. Em muitos casos, quando uma escola fecha, outros serviços ao redor dela também são encerrados, como a cantina escolar e o transporte escolar. Isso gera muitos transtornos para os pais e prejudica a qualidade de vida das comunidades afetadas.

Diante desse panorama, especialistas em educação destacam a importância de se pensar em estratégias para aproveitar o excedente orçamental causado pela queda no número de alunos. Será necessário repensar a forma como as escolas são estruturadas e buscar alternativas para concentrar os alunos em escolas maiores, que possam oferecer melhores serviços e infraestrutura.

Essa situação representa um desafio tanto para o poder público quanto para a sociedade como um todo. É necessário repensar as políticas educacionais e buscar soluções que garantam a qualidade da educação em todo o país, mesmo diante do declínio na taxa de natalidade e do fechamento de escolas. A educação de uma nação depende do cuidado e da atenção que ela dedica às suas escolas e aos seus estudantes.

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