Flieg ficou conhecido como um poeta do aço e do concreto, documentando o desenvolvimento industrial e urbanístico do Brasil através de suas 180 fotografias. Suas imagens retratam a verticalização e a industrialização do país, especialmente da cidade de São Paulo, a partir dos anos 1940.
Suas fotos registraram instalações industriais, máquinas, edifícios e objetos, explorando a fronteira entre a fotografia documental e a abstração visual. Nascido em 1923 na Alemanha, Flieg migrou para o Brasil em 1939 para fugir da perseguição nazista. Aqui, ele montou um estúdio fotográfico e trabalhou para diversas empresas, atuando nas áreas da indústria, publicidade e arquitetura.
De acordo com Sergio Burgi, curador da exposição, as fotografias de Flieg nos oferecem um olhar sobre uma sociedade industrial que se tornou moderna em São Paulo no pós-guerra, mas que também reflete questões de alienação e poder. Essas imagens nos convidam a refletir sobre a sociedade atual e suas próprias transformações e contradições.
A exposição foi dividida em três núcleos. O primeiro apresenta fotografias de arquitetura industrial, incluindo registros da construção do ginásio do Ibirapuera em 1955 e das usinas hidrelétricas de Jupiá e Ilha Solteira. O segundo núcleo foca no maquinário dentro de fábricas, destacando suas linhas e formas. O último espaço exibe fotos tiradas para os mercados publicitário e artístico, ilustrando catálogos e anúncios de jornais, com um jogo de luz e sombra.
A mostra Flieg: Tudo que é Sólido está em exposição no IMS, na Av. Paulista, e a entrada é gratuita. O público pode visitar a exposição de terça a domingo, incluindo feriados, das 10h às 20h, com a última entrada permitida até 30 minutos antes do encerramento. Para mais informações, acesse o site do Instituto Moreira Salles.
Essa exposição é uma oportunidade única para explorar o trabalho de um fotógrafo que registrou momentos importantes do desenvolvimento industrial e urbanístico do Brasil. As imagens de Flieg nos permitem refletir não apenas sobre o passado, mas também sobre o presente e o futuro da sociedade em que vivemos. É uma mostra imperdível para os amantes da fotografia e da história brasileira.
