O apagão recente levou o ONS a implementar restrições no fornecimento de energia. Medida visa evitar novos incidentes.

No último dia 15, um apagão deixou cerca de 29 milhões de brasileiros sem energia elétrica em quase todo o país. Esse incidente forçou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a reduzir o volume de energia disponível na rede que conecta as diferentes regiões do Brasil.

De acordo com Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS, foi necessário cortar a energia trafegando na rede para lidar com a situação. Ele revelou que os especialistas do setor elétrico identificaram duas causas principais para o apagão. A primeira foi o desligamento da linha de transmissão 500kV Quixadá-Fortaleza devido a uma atuação indevida do sistema de proteção, que ainda está sendo analisada. A segunda causa foi uma falha em um regulador de tensão de uma usina, que demorou mais tempo do que o previsto para entrar em operação após a falha na linha de transmissão. Isso sobrecarregou o sistema, gerando um efeito em cascata.

Após restabelecer o serviço, o ONS decidiu reduzir o volume de energia disponível na rede como medida de precaução até que as causas do apagão sejam totalmente esclarecidas. Essa redução afeta principalmente as linhas de transmissão que conectam a Região Nordeste à Região Sudeste, o Norte com o Sudeste e o Norte com o Nordeste. Por razões operacionais, a produção de energia eólica e solar foi cortada temporariamente.

Ciocchi explicou que durante a época de seca, as usinas hidroelétricas do Rio São Francisco já estão operando com o mínimo de vazão e geração, e não poderiam ser reduzidas ainda mais. Além disso, a geração termoelétrica em todo o Brasil já estava trabalhando em sua capacidade máxima. Portanto, a redução foi necessária nas fontes eólica e solar, que são os grandes exportadores de energia do Nordeste.

O diretor-geral do ONS enfatizou que essa restrição do fluxo de energia será momentânea e não impedirá que 100% das necessidades brasileiras sejam atendidas de forma segura.

Durante a mesma audiência, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, refutou o uso do termo apagão para se referir a esse incidente e preferiu chamá-lo de evento. Ele destacou que o país esteve à beira de um colapso energético há menos de dois anos e teve que contratar energia térmica emergencial, o que custou bilhões aos brasileiros. Segundo o ministro, a ação rigorosa tomada dessa vez evitou que o consumidor pagasse pelo uso de gás natural em termelétricas durante um período de abundância hidrológica.

Em resumo, o ONS está investigando as causas do apagão e tomando medidas cautelares para garantir a segurança do sistema elétrico. O corte temporário na produção de energia eólica e solar visa evitar futuros problemas e garantir o suprimento energético necessário para o país.

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