Repórter Recife – PE – Brasil

Operação da PF mira parlamentar de Goiás, acusado de lesar a Pátria, com cumprimento de mandados em sua residência.

Nesta terça-feira (29), a Polícia Federal deu início a mais uma etapa da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar os responsáveis pelos atos golpistas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Nessa fase da operação, foram realizadas buscas e apreensões em dois imóveis pertencentes ao deputado estadual por Goiás, Amauri Ribeiro, conforme determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os imóveis estão localizados nas cidades de Goiânia e Piracanjuba, ambas em Goiás. O deputado Amauri Ribeiro é conhecido por suas declarações públicas em defesa dos acampamentos antidemocráticos, compostos por pessoas descontentes com o resultado das eleições, vencidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Algumas dessas declarações foram transmitidas pela TV Alego, da Assembleia Legislativa de Goiás.

Em uma sessão ordinária ocorrida em junho, Amauri Ribeiro afirmou: “Eu ajudei a bancar quem estava lá. Levei comida, dei água e dinheiro. Acampei e fiquei na porta porque sou patriota. O dinheiro veio de quem acredita nessa nação”. Com base nessas declarações, a PF informou que os fatos investigados podem configurar os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido, além de crimes previstos na lei de terrorismo.

A defesa de Amauri Ribeiro informou que foram cumpridos mandados de busca e apreensão em suas residências, sendo um celular do deputado apreendido. O advogado Demóstenes Torres, responsável pela defesa, afirmou que solicitará acesso aos autos que originaram as medidas cautelares. Demóstenes ressaltou que a fala do parlamentar foi tirada de contexto e que, em junho, já havia protocolado uma manifestação no STF sobre a declaração. Segundo ele, Amauri Ribeiro considera como bandidos apenas aqueles que participaram das depredações ocorridas em janeiro deste ano.

Sobre a possibilidade de um eventual pedido de prisão do deputado, a defesa argumenta que, de acordo com o Estatuto dos Congressistas previsto na Constituição do Estado de Goiás, os deputados estaduais são invioláveis, civil e penalmente, por suas opiniões, palavras e votos. Resta agora aguardar os desdobramentos das investigações para saber quais serão as próximas medidas tomadas pela Justiça.

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