A Rússia, que havia apresentado uma resolução paralela, concordou em prorrogar as avaliações, porém queria dissolver a comissão de especialistas que supervisiona essas avaliações. No entanto, sua resolução foi rejeitada por um voto a favor, um contra e 13 abstenções.
O último relatório do comitê de especialistas destacou a violência contra as mulheres no Mali, perpetrada de forma “sistemática e organizada” pelas Forças Armadas e seus parceiros de segurança estrangeiros, que estão sob o comando dos mercenários do grupo russo Wagner.
As avaliações, em vigor desde 2017, afetaram oito pessoas, principalmente os responsáveis pelos grupos que supervisionaram o acordo de paz de 2015, acusados de colocar o acordo em risco. O governo eleito democraticamente do Mali pediu o fim dessas avaliações, mas o comitê de especialistas afirma que a implementação do acordo de paz está paralisada.
Além disso, há um aumento da tensão entre os grupos que apoiaram o acordo, com registros de rearmamento de alguns deles diante das ameaças das Forças Armadas do Mali. Essa situação se tornou uma preocupação maior devido à retirada da missão de manutenção da paz da ONU no Mali, a pedido do próprio país.
O ministro das Relações Exteriores do Mali, Abdoulaye Diop, afirmou em carta ao Conselho de Segurança que a razão que motivou o estabelecimento do mecanismo de avaliação já não existe mais. No entanto, o comitê de especialistas garante que a implementação do acordo de paz está paralisada.
A decisão da Rússia de vetar a prorrogação das avaliações é vista como um obstáculo para a busca da estabilidade no Mali e pode ter consequências negativas para a segurança e a paz na região.