Lula defende que ouvir a opinião do povo é essencial para uma melhor gestão do país e para evitar erros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (30) o projeto de lei do Plano Plurianual (PPA) 2024-2027, que foi entregue ao presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, em uma cerimônia realizada no Palácio do Planalto. O plano contempla seis prioridades e lista 88 programas que serão desenvolvidos nos próximos quatro anos. As prioridades do governo são o combate à fome e a redução das desigualdades, a educação básica, a atenção primária e especializada em saúde, a neoindustrialização, o trabalho, o emprego e a renda, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o combate ao desmatamento e a emergência climática.

Durante seu discurso, Lula enfatizou a importância da participação social na construção do PPA e afirmou que a classe política precisa dar mais espaço à sabedoria popular. Ele ressaltou que o povo muitas vezes não é ouvido por aqueles que acreditam que ele não entende das questões políticas e não valorizam o conhecimento popular. Para Lula, é essencial ter humildade para compreender a opinião do povo e guiar a governança do país de acordo com suas demandas.

O novo PPA destina R$ 13,3 trilhões para políticas públicas nos próximos quatro anos. Em seu discurso, Lula lembrou que o Brasil não está imune às mudanças que acontecem no mundo e que seu governo se preocupa com todos, especialmente com os mais necessitados. Ele declarou que o plano leva em consideração desafios como a transição demográfica, a maior demanda global por alimentos, as mudanças climáticas e a digitalização da economia e das relações sociais.

O PPA prevê a definição de indicadores nacionais e metas que poderão ser acompanhados pela população de forma transparente. O plano tem três eixos estratégicos: desenvolvimento social e garantia de direitos; desenvolvimento econômico e sustentabilidade socioambiental e climática; e defesa da democracia e reconstrução do Estado e da soberania.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou que o documento resgata a participação social na definição das políticas públicas e reconstrói a capacidade de planejamento do Estado brasileiro. Ela criticou o governo anterior, afirmando que o PPA anterior era apenas “de fachada” e que a extinção do Ministério do Planejamento prejudicou a organização das políticas públicas do país.

O evento no Palácio do Planalto faz parte do Fórum Interconselhos, que reúne 300 conselheiros de todo o país para contribuir na elaboração do PPA e monitorar sua implementação ao longo de quatro anos. Após serem interrompidas em 2017, as reuniões do fórum foram retomadas em abril deste ano para o processo de elaboração do PPA Participativo, no qual a sociedade teve a oportunidade de opinar sobre as prioridades para os investimentos em políticas públicas nos próximos anos.

O PPA Participativo contou com a participação de entidades de representação, como conselhos, associações, sindicatos e ONGs, e mais de 34 mil pessoas foram envolvidas nas reuniões realizadas nos estados e no Distrito Federal. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo, 76,5% das propostas mais votadas foram incorporadas ao PPA, enquanto as demais constituem a agenda política do governo.

O PPA é uma das três leis orçamentárias do Brasil, junto com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Ele é elaborado a cada quatro anos e define os eixos, as diretrizes e os objetivos do governo para o período, além de indicar os programas e metas para alcançá-los. O PPA deve ser entregue ao Congresso Nacional até 31 de agosto para debate e votação pelos parlamentares.

O presidente Lula destacou a importância histórica do PPA Participativo, afirmando que este marca uma nova era no Brasil. Ele ressaltou que a participação da sociedade civil irá garantir que as diretrizes do plano sejam incorporadas pelo Congresso Nacional nos orçamentos anuais. Lula enfatizou a importância de incluir o povo no processo de construção do orçamento e celebrar a abertura deste novo capítulo na política orçamentária do país.

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