Segundo os pescadores e a defesa que os representa, o afundamento do navio afetou a vida da comunidade pesqueira e prejudicou o ambiente marinho. O navio continha nove toneladas de amianto em sua estrutura, uma substância cancerígena e banida na maior parte do mundo. De acordo com os pescadores, isso colocou em risco as águas marinhas da região.
O naufrágio do navio foi criticado pelos ambientalistas e pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O afundamento ocorreu a 170 milhas náuticas, equivalente a 315 quilômetros, e a uma profundidade de 5 mil metros, na costa de Pernambuco.
A Marinha do Brasil, proprietária do navio, afirmou que o afundamento foi realizado de forma planejada e controlada, com anuência do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, seguindo todas as normas técnicas de segurança. A Marinha também destacou que a escolha da área de afundamento considerou aspectos relacionados à segurança da navegação, ao meio ambiente e à mitigação de impactos à saúde pública, atividades de pesca e ecossistemas.
A advogada que representa a CNPA argumenta que a ação se baseia no descumprimento das obrigações previstas na Convenção de Basileia sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e seu Depósito, além do Edital de Licitação da Marinha do Brasil, que condicionava a aquisição do casco à destinação para reciclagem segura e ambientalmente adequada.
A ação dos pescadores busca reparar os danos ambientais e os prejuízos à vida dos pescadores profissionais da região Nordeste, além das perdas na venda de seus produtos. A advogada considera o afundamento do navio uma medida extrema, tomada após os réus deixarem de cumprir as condições necessárias para reparo e reexportação do casco.
O caso do afundamento do ex-porta-aviões São Paulo se arrastou por meses e gerou polêmica. Os pescadores profissionais de Pernambuco esperam que a Justiça Federal reconheça suas reivindicações e garanta a devida indenização pelos danos causados pelo naufrágio do navio.