Repórter Recife – PE – Brasil

Segundo a CNI, a economia criativa promete ser responsável por um aumento de 1 milhão de empregos até 2030.

A economia criativa no Brasil tem o potencial de gerar um milhão de novos empregos até 2030. Isso elevaria a atual participação do setor, que é de 3,11% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços fabricados no país. Essa estimativa faz parte de um levantamento feito pelo Observatório Nacional da Indústria (ONI), que é um núcleo de inteligência e análise de dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Atualmente, a economia criativa emprega 7,4 milhões de trabalhadores no Brasil, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número de empregos poderia chegar a 8,4 milhões até 2030.

De acordo com o gerente-executivo do Observatório, Márcio Guerra, esse crescimento está relacionado à necessidade de sobrevivência e inovação na sociedade como um todo. Ele também destaca que as profissões ligadas à economia criativa terão um crescimento significativo nos próximos anos.

Guerra ressalta que o conceito de economia criativa está se ampliando e agora é preciso considerar a necessidade de inovação e criatividade na produção de conteúdos digitais. A cultura digital impulsionará a demanda por profissionais da economia criativa.

As áreas de atuação da economia criativa abrangem diversos setores, como empreendedorismo, indústria, serviços e tecnologia. Guerra destaca que o aumento dos empregos nesse setor será impulsionado principalmente pelo desenvolvimento de produtos digitais.

Os profissionais da economia criativa possuem, em média, 1,8 ano a mais de estudo em comparação com outros profissionais e recebem salários 50% maiores. O salário médio do profissional da economia criativa é de R$ 4.018, enquanto nos demais setores fica em torno de R$ 2.691.

A moda é a área que tem o maior número de estabelecimentos na economia criativa, seguida por publicidade e serviços empresariais, serviços de tecnologia da informação, desenvolvimento de software e jogos digitais, e atividades artesanais. Porém, Guerra destaca que mesmo áreas tradicionais, como o artesanato, estão se beneficiando das tecnologias, como a impressão 3D.

Um projeto de lei que cria a Política Nacional de Desenvolvimento da Economia Criativa está em tramitação no Congresso Nacional desde o ano passado. O projeto prevê a parceria entre empresas e universidades para qualificação profissional, o desenvolvimento de infraestrutura para os setores criativos, e a promoção de ecossistemas de inovação para o desenvolvimento local e regional.

Apesar da importância desse projeto para fortalecer a economia, o gerente-executivo do Observatório acredita que, devido às prioridades atuais do governo federal, a discussão sobre o projeto ficará em segundo plano. No entanto, ele acredita que a proposta será discutida em algum momento e trará benefícios para o setor da economia criativa.

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