A busca pela “beleza ideal” das mulheres causa reviravolta ao questionar o próprio conceito de padrão.

A psicanalista Manuela Xavier levantou um questionamento interessante em um vídeo publicado em suas redes sociais. Ela discutiu sobre a imposição social dos padrões de beleza e como as mulheres estão constantemente em busca de algo que nem mesmo existe. Manuela afirmou que cada beleza é única e depende de fatores individuais, e que as mulheres muitas vezes se veem de forma pervertida por conta da lente do padrão que a sociedade impõe.

Em uma entrevista concedida à Folha, Manuela revelou que tirou motivação de momentos próximos para trazer esse tema à tona. Ela observou que mesmo mulheres magras e que vestem tamanho 40 se sentem gordas após engordarem alguns quilos, devido ao padrão de beleza irreal que é imposto. A psicanalista ressaltou que o debate sobre esse assunto ainda não está encerrado e que é necessário continuar discutindo e conscientizando as pessoas sobre a importância de aceitar e valorizar a beleza própria.

No entanto, Manuela também destaca que as mulheres estão constantemente sendo assombradas pelo fantasma do padrão. Ela afirma que mesmo que as mulheres se recusem a seguir esses padrões e estejam bem resolvidas, elas ainda são afetadas por ele de alguma forma. Isso pode ser observado no ambiente de trabalho da autora, que trabalha com moda e presencia comentários sobre a aparência das pessoas, em vez de comentários sobre seus talentos.

A psicanalista ressalta a importância de construir novas referências e imagens de beleza, e afirma que isso é um esforço coletivo. Ela destaca a importância de educar o mercado sobre quem são as mulheres que devem estampar as capas de revistas e serem protagonistas em filmes e novelas. Seguindo essa linha de pensamento, Manuela acredita que é possível construir um ambiente mais acolhedor e deixar de focar apenas na aparência das pessoas.

Outra profissional que também enxerga a moda como uma aliada na busca pela autoaceitação é a consultora de imagem e psicanalista Millena Lins. Ela utiliza a moda como uma ferramenta para promover a autoexpressão e ajudar as mulheres a se verem como realmente são. Millena destaca a importância de cuidar de si mesma, mas ressalta a importância de ter equilíbrio e evitar buscar padrões inalcançáveis.

A estudante Clarice Siqueira, por sua vez, fala sobre sua experiência pessoal com o Transtorno Dismórfico Corporal (TDC). Ela revela que se enxerga de forma distorcida, mesmo sabendo que não está acima do peso. Clarice destaca a pressão da sociedade para se encaixar em padrões de beleza e ressalta a importância de questionar esses modelos e se aceitar como é.

Por fim, a pernambucana Carolinne de Lima Bastos, que foi coroada este ano como Miss Continente Plus Size Recife, fala sobre a resistência em estar entre os nomes da beleza em uma sociedade que impõe um padrão ideal de corpo, vestimenta e comportamento. Ela destaca que desde a infância as mulheres são ensinadas a amar esse ideal de beleza e que é preciso questionar se realmente queremos mudar algo em nosso corpo ou se estamos apenas nos comparando com os outros.

Em resumo, essas profissionais acreditam na importância de valorizar a beleza própria, questionar os padrões impostos pela sociedade e promover imagens de beleza mais inclusivas e realistas. Elas enfatizam a importância de cuidar de si mesma, mas de forma equilibrada, respeitando os limites individuais. A busca por beleza deve ser saudável e autêntica, e não uma tentativa de se encaixar em padrões inalcançáveis.

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