Repórter Recife – PE – Brasil

A Corregedoria da Polícia Militar descobre que 39 agentes conseguiram driblar o sistema de câmeras corporais da instituição.

A Corregedoria da Polícia Militar concluiu uma fiscalização realizada nesta sexta-feira e constatou que 39 agentes da corporação burlaram o sistema de câmeras corporais. A vistoria abrangeu oito unidades em todo o estado do Rio e supervisionou um total de 340 policiais.

Diante dessa constatação, a PM afirmou que todos os agentes envolvidos no caso serão submetidos a um processo administrativo, que pode resultar em prisões administrativas. Além disso, a corporação ressaltou que já realiza fiscalizações diárias para garantir o devido uso das câmeras corporais por parte de seus policiais.

No entanto, a utilização adequada dessas câmeras tem sido questionada pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), os policiais militares estariam fazendo um mau uso desses equipamentos e a corporação não estaria sendo transparente quanto aos registros feitos pelas câmeras.

O relatório revela que, em alguns casos, as câmeras são desacopladas dos uniformes dos agentes e as lentes são obstruídas. Além disso, a Defensoria solicitou 90 imagens das câmeras em fardas policiais, mas apenas três casos apresentaram imagens completas do momento da abordagem e da prisão. Em duas dessas situações, a câmera foi bloqueada ou as imagens estavam totalmente escuras. Vale ressaltar que essas solicitações correspondem a denúncias de tortura, maus-tratos e mortes decorrentes de intervenção policial.

Das 90 requisições feitas pela Defensoria, apenas 39 foram respondidas pela Polícia Militar. Entre as respostas, algumas exigências foram feitas, mas sete foram negativas por inexistência de imagens e cinco apresentaram imagens estranhas às requisições.

O relatório foi enviado ao STF no âmbito da ADPF das Favelas, que busca garantir que as forças policiais informem imediatamente e detalhadamente todas as ações realizadas em comunidades do estado.

Diante dessas constatações, é essencial que a Polícia Militar tome as medidas adequadas para garantir a correta utilização das câmeras corporais e a transparência no registro das ações policiais. A fiscalização rigorosa e a punição dos agentes que burlaram o sistema são essenciais para a manutenção da confiança e da credibilidade da corporação.

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