Centenas de espectadores eufóricos acompanharam a decolagem ao vivo, maravilhados com o barulho ensurdecedor da ascensão do foguete. O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, parabenizou os cientistas e engenheiros envolvidos na missão, afirmando que os incansáveis esforços científicos continuarão para desenvolver uma compreensão melhor do universo.
A Aditya-L1 levará instrumentos científicos para observar as camadas mais externas do Sol em uma jornada de quatro meses. Enquanto Estados Unidos e a Agência Espacial Europeia (ESA) já estudam o Sol há décadas, se a missão da Agência Espacial Indiana (ISRO) for bem-sucedida, será a primeira vez que um país asiático entrará em órbita ao redor do Sol.
O astrofísico Somak Raychaudhury descreveu a missão como ambiciosa e explicou que a sonda estudará as ejeções de massa coronal, fenômeno que resulta em grandes descargas de plasma e energia magnética provenientes da atmosfera solar. Essas descargas podem ser tão potentes a ponto de afetar o funcionamento dos satélites, por isso a Aditya-L1 também ajudará a prever esses fenômenos e alertar o mundo para que os satélites possam cortar sua energia.
A sonda percorrerá 1,5 milhão de quilômetros até chegar ao Sol, o que corresponde a menos de 1% da distância entre a Terra e o astro. Ela é transportada pela nave PSLV XL, criada pela ISRO, que já foi utilizada em lançamentos direcionados à Lua e a Marte.
Apesar de ter um orçamento relativamente modesto em comparação com outras potências, o programa espacial indiano tem ganhado destaque nos últimos anos. A alunissagem da Chandrayaan-3, missão lunar da Índia, custou menos de 75 milhões de dólares e colocou o país ao lado de Estados Unidos, Rússia e China como uma das nações que já conseguiram realizar essa operação. Além disso, a Índia planeja enviar uma missão tripulada à órbita da Terra no próximo ano, uma missão conjunta com o Japão à Lua em 2025 e uma missão orbital a Vênus nos próximos dois anos.
Com sua expertise em reproduzir e adaptar tecnologias espaciais existentes e a utilização de engenheiros altamente capacitados a custos menores, a Índia tem sido capaz de expandir seu programa aeroespacial de forma surpreendente. O sucesso dessas missões reflete o compromisso do país em desenvolver seu conhecimento científico e explorar o universo de forma ascendente.